O segredo do Cuarteto de Nós, banda de rock uruguaia que arrasta multidões
Grupo acaba de lançar duas novas músicas: 'El Perro de Alcibiades' e 'Cara de Nada' e sua última turnê contou com 120 apresentações por 20 países
Uma das bandas de rock mais influentes dos últimos anos na América Latina (mas pouco conhecida no Brasil), o Cuarteto de Nós, de Montevidéu, no Uruguai, lançou nesta quinta-feira, 25, duas novas canções: El Perro de Alcibiades e Cara de Nada. Ambas seguem a tendência do grupo de fazer canções de hard rock dançantes com letras contundentes e politizadas. A primeira faixa fala do cachorro de Alcebiades, um governante ateniense do século V, dono de um cachorro lindo, cujo rabo foi cortado para chocar a população grega e distrair o povo de suas ações deploráveis na cidade. Uma metáfora atual para políticos que usam de estratagemas para distrair os eleitores de suas ações. Já a segunda faixa, mais filosófica, fala sobre um rapaz que faz “cara de paisagem” e não quer que ninguém saiba o que passa por sua cabeça.
Ambas as faixas acumularam, cada uma, cerca de 200.000 visualizações em menos de 24 horas após o lançamento. Números impressionantes e superiores a grandes bandas brasileiras, como Titãs ou Paralamas do Sucesso, por exemplo. As duas músicas deverão estar no novo álbum do grupo, que sucederá Lámina Once, o mais recente trabalho, cuja turnê rendeu 120 apresentações em 20 países, na América Latina, América do Norte e Europa.
Os dez primeiros álbuns (sim, dez álbuns) da banda, fundada em 1984, jamais ganharam notoriedade para além do Cone Sul. A partir de 2006, no entanto, o Cuarteto de Nós passou por uma transformação sem precedentes. Naquele ano, o grupo lançou Raro, álbum com letras contundentes e inspirações musicais que iam de Led Zeppelin a Eminem, e ritmos tão díspares quando o hard rock, grunge e punk, passando pelo hip-hop, cumbia e o folclore uruguaio. Desde então, a banda lançou outros seis álbuns, se internacionalizou e renovou seu público, tornando-se um dos grupos de rock latino mais influentes na atualidade. Formada por integrantes quase todos já sessentões, seus shows costumam arrastar multidões e lotar estádios, geralmente para uma plateia formada por jovens da geração millenial e Z.
O segredo do grupo para o sucesso tardio passa justamente por esses elementos, também presentes em ambas as faixas lançadas recentemente. Com seus integrantes fãs de escritores como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Gabriel García Márquez, a banda canta letras sagazes que falam de política, filosofia e saúde mental, temas caros para a nova geração. Na plateia, é comum ver os fãs pulando e curtindo como se estivessem assistindo apresentações de ídolos pop americano. Não por acaso, o grupo fez, recentemente, shows lotados para plateias latinas em Nova York, Chicago e Los Angeles.
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