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O Som e a Fúria

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Morre Sérgio Mendes, aos 83 anos, ícone da música brasileira

O pianista e compositor vivia nos Estados Unidos e ajudou a criar a Bossa Nova ao lado de Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 set 2024, 15h34 - Publicado em 6 set 2024, 12h10

O pianista e compositor Sérgio Mendes, um dos ícones da música brasileira, morreu aos 83 anos, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada por familiares do artista. A causa ainda não foi revelada, mas há dois anos ele enfrentava problemas respiratórios.

A história de Sérgio Mendes se confunde com a própria história da bossa nova, do samba-rock e da música popular brasileira. No início dos anos 1950, ele conheceu Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell e com eles ajudou a definir o que era a Bossa Nova. Seu maior sucesso, no entanto, foi Mas Que Nada, de Jorge Ben Jor, que ele ouviu nos anos 1960, tornando a composição uma das mais reconhecidas do Brasil no exterior.

Sérgio Mendes vivia há 60 anos em Los Angeles, nos Estados Unidos, com sua esposa, Gracinha Leporace, com quem estava casado havia 50 anos. Sérgio Mendes mudou-se para o exterior após realizar uma turnê ao lado de Frank Sinatra e após o início da ditadura militar no país. Um de seus discos mais importantes lançados no exterior foi com sua banda Brasil ’66, que contava com uma versão de The Fool On The Hill, aprovada pelo próprio Paul McCartney. Mendes relembrou em entrevista a VEJA em 2021 o que o ex-beatle lhe falou. “Paul me disse em uma carta que aquela foi a versão preferida da música dele. A melodia é fantástica, você não a esquece. Você vai dormir e ela fica na sua cabeça. Mas ele não disse que a minha versão é melhor do que a dele. Naquela época, eu tive uma ideia de arranjo para ela, transformando-a em um samba 3 por 4, uma coisa nova para a época, mudamos a levada um pouco do samba. Foi uma bela experiência”. 

Sobre a mudança, Mendes disse a VEJA que decidiu ir para os Estados Unidos após uma batida policial em sua casa.  “Meu filho Rodrigo nasceu poucos dias depois do golpe, em 6 de abril de 1964. E, para comemorar, eu mandei um telegrama para um querido amigo e um grande pintor, Wesley Duke Lee, dizendo: “Rodriguinho Barra Limpa, o primeiro realista mágico de Niterói. Avisa ao Tio Lee que a ordem do dia é fralda larga e leite morno”. No dia seguinte, os caras vieram na minha casa e me levaram para um depoimento em Niterói. Eles queriam saber que história era aquela de “realismo mágico” e “ordem do dia”. Eu disse que não era nada disso. Tive que ir ao hospital mostrar meu filho numa incubadeira para provar que eu estava falando a verdade. Enquanto isso, os caras de São Paulo foram ao ateliê do Wesley, na Rua Augusta. Quando chegaram lá, viram um busto do pai dele, que era a cara do Lenin. Os caras disseram: “Pronto! Achamos eles”. Imagine uma coisa mais surrealista do que isso? Eu falei: quer saber de uma coisa, vou me embora para os Estados Unidos”, contou. 

Mas uma das histórias mais divertidas da carreira de Sérgio Mendes foi o dia em que o ator Harrison Ford, antes da fama, fez um bico de marceneiro na casa de Mendes. Na época, o pianista já era mundialmente famoso e o futuro intérprete de Han Solo ainda dava os primeiros passos em Hollywood. “Eu estava procurando um carpinteiro e perguntei para um amigo se ele conhecia alguém. Ele só me disse que conhecia “um cara que estava começando”. O Harrison foi lá em casa e eu adorei ele imediatamente. Ele chegou com um chapéu, camisa aberta e cabelão. Conversamos e eu falei: “Já está contratado”. Anos depois, quando ele já estava famoso, ele me disse que não sabia nada sobre como construir um estúdio e que foi a uma biblioteca pegar todos os livros sobre o assunto que achou. O estúdio ficou lindo. Ele era de uma habilidade manual muito grande”, lembrou Sérgio Mendes a VEJA.

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