Gil, Tom Zé e mais: ‘Dinossauros’ da MPB roubam a cena em festival de rock
Cantores se apresentaram no João Rock seguindo uma tendência na qual veteranos da música nacional viraram chamariz para público jovem

Aos 80 anos de idade, Gilberto Gil encerrou com brilho o palco Brasil, no festival João Rock, que aconteceu neste sábado, 3, em Ribeirão Preto. O cantor, que se prepara para entrar novamente em turnê com a família neste mês, voltou com vigor para a estrada nos últimos anos após enfrentar problemas de saúde. Afeito a shows mais intimistas, em teatros especialmente, Gil recolocou festivais em sua agenda. Espaços com plateias majoritariamente jovens – o João Rock, por exemplo, atende especialmente a faixa etária entre 25 e 35 anos –, os festivais estão cada vez mais interessados em colocar os “dinossauros” da música nacional em sua line-up. O Rock in Rio costuma dedicar um dia de seu evento a nomes experientes da música. Ano passado, Maria Bethânia fez sua primeira participação em um festival no Coala, em São Paulo. Este ano, o João Rock criou um palco especialmente para eles.
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Batizado de Palco Brasil – Lendas Vol 1., o espaço recebeu Tom Zé, 86 anos, seguido da banda Mutantes, liderada por Sérgio Dias, 72 anos; Zé Ramalho, 73; Alceu Valença, 76, e, por fim, Gil. Os cantores disputaram a atenção das mais de 70 000 pessoas presentes com astros do rock, do rap e do pop nacional. Sem camisa, sob um sol forte, Tom Zé abriu o palco com uma apresentação teatral e exaltação da língua portuguesa. Dias, que estava com uma bronquite aguda, sofreu para entoar as letras das canções, mas foi ajudado pela plateia, que sabia os hits dos Mutantes de cor. Em seguida, Ramalho entoou clássicos que serviram como um esquenta para o forró elétrico de Alceu, um showman de primeira. Por fim, Gil trouxe sua graciosidade, com mais hits e uma dose extra de elegância.
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Em conversa com a reportagem de VEJA nos bastidores, Dias comentou sobre o que achava do palco de veteranos da MPB em um festival de rock: “Acho coerente, nós que começamos a onda de festivais lá no passado. É parte da nossa história”.