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Por Felipe Branco Cruz
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Como a decisão que inocentou Ed Sheeran de plágio afeta toda a música pop

Cantor inglês foi julgado por acusação de plágio duas vezes – em ambas, saiu vitorioso

Por Gabriela Caputo Atualizado em 8 Maio 2023, 18h02 - Publicado em 8 Maio 2023, 17h52

O inglês Ed Sheeran, 32, foi inocentado na quinta-feira, 4, em processo que o acusava de plágio. A decisão, tomada por um júri nos tribunais de Nova York, é vitória não só para Sheeran, mas para a indústria musical como um todo — segundo o próprio cantor, colegas o apoiavam nos bastidores. A razão vai além da solidariedade: a derrocada de Sheeran poderia significar que eles seriam os próximos. 

Ano após ano, queixas parecidas atingem outros artistas e hits badalados da música pop. No entanto, são raros os casos que vão a julgamento — geralmente, acordos são realizados com discrição, antes de se tornarem públicos. A decisão de Sheeran em levar o caso adiante e depender do veredicto imprevisível de um júri (ou seja, pessoas leigas quanto a questões de técnica musical) indica que ele estava disposto a provar um ponto. Por extensão, acabou representando tantos outros compositores, que ficaram mais temerosos com litígios relacionados a direitos autorais depois de um caso emblemático: em 2015, Robin Thicke e Pharrell perderam um processo para o espólio de Marvin Gaye (1939-1984), quando o sucesso Blurred Lines foi considerado plágio de Got to Give It Up. 

No caso atual, o espólio de Ed Townsend (1929-2003), coautor do hit setentista Let’s Get It On (também eternizado na voz de Marvin Gaye), acusou Sheeran de copiar “progressões harmônicas” e “elementos melódicos e rítmicos” em sua música Thinking Out Loud. Nos tribunais, Sheeran encarou a queixa como uma piada de mau gosto, chegando até a sugerir que deixaria a carreira se a decisão final do julgamento não fosse favorável a ele. O advogado da acusação argumentou com um vídeo de um show em que Sheeran toca seu single e, em seguida, transiciona para o hit de Gaye. “A maioria das canções pop pode caber na maioria das canções pop”, respondeu o astro. “Se eu tivesse feito o que você está me acusando de fazer, eu seria um idiota por subir no palco na frente de 20.000 pessoas e fazer essa conexão.”.

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Foi a partir deste princípio básico que a defesa de Sheeran se baseou: na música pop, há certos padrões comuns, formulados a partir de progressões similares de acordes. Ou seja, elementos que acabam se repetindo em inúmeras canções do gênero, justamente por sua simplicidade – o que, por vezes, torna certas composições até genéricas. Logo, ninguém teria propriedade sobre tais estruturas, e sua reprodução não configura plágio. Tal noção pode soar óbvia para quem costuma ouvir música pop – talvez por isso o cantor tenha ficado tão revoltado com a denúncia. Para provar seu ponto,  Sheeran chegou a pegar um violão no tribunal, mostrando a semelhança entre várias outras canções populares, como as de Van Morrison, Blackstreet, Nina Simone e Bill Withers.

Thinking Out Loud, de 2014, é um dos maiores sucessos do inglês. A faixa conquistou o Grammy de canção do ano em 2016. Já o processo foi aberto em 2017, mas só chegou ao tribunal federal americano neste mês. No ano passado, Sheeran venceu outra acusação de plágio no Reino Unido pela música Shape of You, feita por dois compositores pouco conhecidos.

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