Cantora Lizzo é acusada de assédio sexual e moral por ex-dançarinas
Cantora americana, conhecida por defender o movimento 'body positive', teria pressionado funcionária por ganho de peso, dentre várias outras queixas

A cantora e compositora americana Lizzo está sendo processada por três ex-dançarinas de sua equipe por assédio sexual e moral no Tribunal Superior de Los Angeles, segundo a revista Variety. Arianna Davis, Crystal Williams e Noelle Rodriguez descrevem um “ambiente de trabalho hostil”, alegando episódios de assédio sexual, discriminação religiosa, racial e física, agressão e cárcere privado. O processo é também direcionado à produtora da cantora, a Big Grrrl Big Touring, Inc., e a Shirlene Quigley, capitã do time de dança.
“A natureza impressionante de como Lizzo e sua equipe de empresários trataram seus funcionários parece ir contra tudo o que Lizzo defende publicamente, enquanto privadamente ela envergonha seus dançarinos e os rebaixa de maneiras que não são apenas ilegais, mas absolutamente desmoralizantes”, diz um comunicado fornecido ao veículo por Ron Zambrano, advogado das dançarinas. O texto faz referência aos esforços de Lizzo na promoção do movimento chamado body positive (positividade corporal, em português), que prega a aceitação de todos os tipos de corpos, contra os padrões de beleza impostos pela sociedade. Dentre as alegações, consta que a cantora chamou atenção para o ganho de peso de Arianna Davis após uma apresentação, sugerindo que ela não estaria comprometida com seu trabalho. “Deu a ela a impressão de que precisava explicar seu ganho de peso e revelar detalhes pessoais íntimos sobre sua vida para manter seu emprego”, aponta o texto.
Segundo a queixa, Arianna foi demitida em maio por gravar uma reunião em que Lizzo distribuiu notas aos dançarinos sobre suas apresentações, enquanto Crystal Williams afirma que foi dispensada publicamente devido a cortes orçamentários — apesar de mais ninguém ter sido demitido na mesma ocasião. Lizzo também teria acusado os dançarinos de beber antes dos shows. A terceira dançarina, Noelle Rodriguez, pediu demissão após o ocorrido com as colegas. Um ponto específico da denúncia afirma que Shirlene Quigley, a capitã do time de dança, também processada, impunha suas crenças cristãs às dançarinas. Conforme o texto, após descobrir que Arianna Davis era virgem, Shirlene passou a discutir rotineiramente o assunto, trazê-lo à tona em entrevistas e até postar sobre nas redes sociais, expondo a intimidade da mulher.
Outro ponto delicado afirma que as autoras do processo foram pressionadas, por medo de perder seus empregos, a tocarem dançarinas nus, durante um show de sexo em um clube da zona de prostituição — o Red-light district — de Amsterdã, na Holanda. Durante tal passeio da equipe, “Lizzo começou a convidar os membros do elenco para se revezar tocando os artistas nus”, pegando objetos sexuais e até frutas que eram lançados das partes íntimas dos artistas no palco. “Lizzo então voltou sua atenção para a Sra. Davis e começou a pressioná-la a tocar os seios de uma das mulheres nuas que se apresentavam no clube”, diz o texto. “Ela disse três vezes, alto o suficiente para que todos ouvissem: ‘Estou bem’, expressando seu desejo de não tocar na artista”, afirma o processo.