Cantora Aurora afasta baterista acusado de gesto neonazista
Artista norueguesa saiu em defesa do colega quando símbolo suspeito repercutiu na internet, e se diz triste pela substituição

Após se apresentar no Lollapalooza Brasil em 26 de março, a norueguesa Aurora viu seu nome repercutir nas redes sociais de maneira inesperada. Foi seu baterista, Sigmund Vestrheim, que chamou a atenção de um usuário do Twitter por fazer, no final do show, um gesto interpretado como neonazista. Aurora, então, defendeu ferozmente o colega, negando qualquer possibilidade de que ele fosse um supremacista. Já neste domingo, 9, a cantora foi às redes anunciar a substituição do baterista em seus próximos shows, que acontecerão no México. Em uma longa declaração dividida em seis partes, ela diz estar triste pela mudança, e pede desculpas por não ter se explicado melhor anteriormente. “Eu deveria ter me desculpado mais, pela dor e confusão que vocês estavam sentindo”, escreveu.
Aurora mantém a defesa de Vestrheim, dizendo se tratar de um caso de “ignorância ou falta de conhecimento sobre determinado assunto” e que seu lado da história foi “severamente incompreendido”. “Não faz sentido que um músico conhecido e amado na Noruega apoiasse o extremismo de direita sem enfrentar consequências, já que essas ideologias absolutamente não são permitidas”, defendeu a cantora, após desmentir as acusações feitas contra o baterista. “Minha banda é como família. E eu confio neles para serem boas pessoas. Porque eu sei que eles são. Estou triste em dizer que vamos voltar [para a América Latina] desta vez com outro baterista, isso é apenas porque não sabemos o que esperar ao voltar”.
Nos últimos anos, o símbolo feito por Vestrheim no Lollapalooza — em que une o polegar ao indicador em um círculo, mantendo os outros três dedos em riste — vem sendo usado pela extrema direita como exaltação ao “poder branco”, defendido por supremacistas. Os fãs ainda encontraram outros sinais nas redes do baterista, como um desenho que continha uma suástica em meio a outras figuras. O número 777, também apropriado por grupos neonazistas, aparecia na mesma imagem, no nome de usuário de Vestrheim (agora alterado) e em uma tatuagem que ele leva no braço.
O músico também foi às redes sociais para se defender das acusações. Segundo ele, o símbolo interpretado como supremacista seria apenas um sinal de “ok/perfeito”, enquanto o número remete ao nome de uma gravadora norueguesa da qual é um associado, e cujo significado seria algo positivo como “sorte”. Quanto ao desenho com suásticas, Vestrheim não negou a autoria, explicando que rabiscava uma série de “coisas idiotas” na época de escola. “Eu sei que não é algo para brincar, e notei agora que esse desenho obviamente não deveria ter sido publicado no Instagram”, escreveu.