As surpresas e curiosidades da derradeira turnê de Milton Nascimento
Troca de figurino, sons de trem e passarinhos e mural com fotos, além, é claro, do soberbo repertório com os clássicos da carreira do músico

Milton Nascimento, o Bituca, deu início neste final de semana da sua derradeira turnê, A Última Sessão de Música, em uma emotiva apresentação para 800 convidados na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. O repertório de 31 canções contou com os maiores clássicos de sua carreira marcando, de fato, a despedida do cantor dos palcos. Sentado em uma cadeira durante boa parte da apresentação, ele cantou hinos como Nada Será como Antes, Tudo que Você Podia Ser, Nos Bailes da Vida, Maria Maria, entre tantas outras.
Até o fim do ano, Milton fará outras 25 apresentações, sendo algumas delas no exterior (Itália, Espanha, Reino Unido, Portugal e Estados Unidos). As outras serão nas cidades do Rio de Janeiro, no Jeunesse Arena (5, 6, 7 de agosto), São Paulo, no Espaço Unimed (26 e 27 de agosto, 1, 2, 24 e 25 de setembro e 1 e 4 de novembro) e o encerramento em 13 de novembro no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Segundo a produção, mais de 100 mil ingressos já foram vendidos. Mas não foi só o repertório afiadíssimo que deslumbrou o público. Prestes a completar 80 anos, em outubro, a turnê reservou diversas surpresas ao público. Conheça algumas delas:
Troca de figurino
No início do show, Bituca surge em um figurino criado pelo estilista mineiro Ronaldo Fraga. A inspiração vem dos trajes que Arthur Bispo do Rosário usava. Após doze minutos de show, troca de roupa e veste um figurino azul com bordados de árvores, estrelas e pássaros.

Venda de NFT
Para este primeiro show – e apenas para esse – foram colocados à venda 400 NFTs da clássica gravura de Milton que o acompanha desde a infância, a Serra de Três Pontas, com um trenzinho e o sol característicos do artista. O desenho deu origem à capa do álbum Geraes.
Sons de trem e passarinhos
Durante toda a apresentação é possível ouvir sons de trem e passarinhos, que remetem à infância do artista em Minas Gerais. Logo no início, antes mesmo das cortinas se abrirem, durante a execução da música Os Tambores de Minas, já é possível entrar no clima bucólico do estado.
Mural com fotos
No hall de entrada dos shows haverá um emotivo mural contando a história de Milton, com fotos, reportagens e momentos da carreira.
Zé Ibarra
Aos 25 anos, o músico carioca Zé Ibarra é uma presença marcante no show. Ele já havia participado da última turnê do músico, antes do início da pandemia e retorna mais uma vez. Na apresentação, ele toca violão e divide os vocais com Milton nas músicas Outubro, Para Lennon e McCartney e canta as faixas completas de Vera Cruz, San Vicente, Nada Será Como Antes, Volter a Los 17 e Caçador de Mim. Zé é um dos compositores da banda Dônica, que conta com Tom Veloso, filho de Caetano, e um dos fundadores da banda Bala Desejo.
Repertório completo
- Os tambores de Minas – instrumental
- Ponta de areia
- Catavento
- Canção do sal
- Morro velho
- Outubro
- Vera Cruz
- Pai grande
- Para Lennon e McCartney
- Cais
- Tudo que você podia ser
- San Vicente
- Clube da esquina 2
- Lília
- Nada será como antes
- A última sessão de música
- Fé cega, faca amolada
- Paula e Bebeto
- Volver a los 17
- Calix Bento
- Peixinhos do mar
- Cuitelinho
- Canção da América
- Caçador de mim
- Nos bailes da vida
- Tema de Tostão
- Fazenda
- O cio da terra
- Maria Maria
Bis: - Encontros e despedidas
- Travessia
1/22 Milton Nascimento, durante apresentação, nos anos 80. (Foto: Flávio Bacellar/VEJA) 2/22 Milton Nascimento no show de 1º de Maio, no Ginásio do Ibirapuera, em apoio `a greve dos metalúrgicos do ABC. (Foto: Amicucci Gallo/VEJA) 3/22 Milton Nascimento no show "Direitos Humanos Já", da Anistia Internacional, em 1980. (Foto: Jorge Rosenberg/VEJA) 4/22 Show comemorativo aos 50 anos de carreira do músico, cantor e compositor Milton Nascimento, em 2012. (Foto: João Marcos Rosa/VEJA) 5/22 Milton Nascimento faz uma apresentação na LBV, em 10/12/1996. (Foto: André Corrêa/VEJA) 6/22 Milton Nascimento e Chico Buarque no show comemorativo da inauguração da Praça Travessia, em Três Pontas, Minas Gerais, em 1977. (Foto: Heitor Hui/VEJA) 7/22 Milton Nascimento se apresentando em show, na cidade de Belo Horizonte. Anos 80. (Foto: Leonardo Costa/VEJA) 8/22 Berimbau Trio, composto por Wagner Tiso ao piano, Milton Nascimento no contrabaixo e Paulo Braga na bateria, em meados dos anos 60. (Foto:Ruth Toledo/VEJA) 9/22 Milton Nascimento no show "Sentinela", no Estádio Mineirinho, em Belo Horizonte. Anos 80. (Foto: Célio Apolinário/VEJA) 10/22 Milton Nascimento e Gal Costa, durante show no Palace, em São Paulo. Anos 90. (Foto: Carlos Fenerich/VEJA) 11/22 Milton Nascimento e o saxofonista americano Wayne Shorter durante show em São Paulo. Anos 90. (Foto: Luizinho Coruja/VEJA) 12/22 Apresentação de Milton Nascimento em São Paulo, último show antes da turnê na Europa, Japão e Estados Unidos, em 2019. (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP) 13/22 Milton Nascimento com Toninho Horta (`a esquerda) e Lô Borges (de costas), em São Paulo, anos 70. (Foto: Sergio Augusto/VEJA) 14/22 Milton Nascimento durante show em Porto Alegre, nos anos 80. (Foto: Sérgio Sade/VEJA) 15/22 Milton Nascimento, durante o show "Sentinela", no Estádio do Mineirinho, em Belo Horizonte, anos 70. (Foto: Célio Apolinário/VEJA) 16/22 Milton Nascimento em apresentação no Rio de Janeiro. Anos 70. (Foto: Maria Mynssen/VEJA) 17/22 Show de Milton Nascimento, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Anos 90. (Foto: Jorge Rosenberg/VEJA) 18/22 Milton Nascimento em show no Rio Centro, Rio de Janeiro, anos 70. (Foto: Márcio Ferreira/VEJA) 19/22 Milton Nascimento e Caetano Veloso, no show de divulgação da trilha sonora do filme "O Coronel e o Lobisomem", em São Paulo, 2005. (Foto: Vicente de Paula/VEJA) 20/22 Milton Nascimento em apresentação, no início de carreira, nos anos 60. (Foto:Hiroto Yoshioka/VEJA) 21/22 Clementina de Jesus com Milton Nascimento no show comemorativo da inauguração da Praça Travessia, em Três Pontas, Minas Gerais, em 1977. (Foto: Heitor Hui/VEJA) 22/22 Show de Milton Nascimento no 9º Prêmio Sharp de Música, em 1995. (Foto: Selmy Yassuda/VEJA)