A banda de heavy metal que implodiu por causa dos ataques bolsonaristas
Uma das principais do gênero no país, a Shaman anunciou seu fim após o baterista defender Jair Bolsonaro e ofender fãs nas redes sociais
Uma das maiores e mais importantes bandas de heavy metal do Brasil, Shaman, anunciou o fim de suas atividades. O motivo foram as divergências políticas entre os integrantes sobre os ataques de terroristas bolsonaristas no infame 8 de janeiro em Brasília. O grupo foi formado em 2000 por Andre Mattos após deixar o Angra, ao lado de Luis Mariutti e Ricardo Confessori. Em 2013, o grupo anunciou que estava se separando, mas retornou em 2018 com a participação de André Mattos, morto em 2019.
Atualmente formada por Alirio Netto (voz), Fábio Ribeiro (teclados), Hugo Mariutti (guitarra), Luis Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria), a banda anunciou a nova separação ocorreu após declarações do baterista em uma rede social contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamado de “presidente fake”. O comentário foi seguido de um vídeo, compartilhado por Confessori, em que Lula anunciava intervenção federal em Brasília. Na sequência, ele ofendeu um fã da banda, o médico veterinário e músico Mateus Ferreira. “Você não passa de um boiólogo [sic] que reprovou em medicina. Nível fraco. Volta aqui quando for médico pelo menos. Homem de esquerda é piada pronta. Sai do polo feminino. Feministo (sic) não binário, se enxerga, olha sua cara de otário”, escreveu Confessori. O veterinário disse nas redes sociais que vai processar Confessori pelas ofensas.
Os irmãos Mariutti não gostaram dos comentários e decidiram sair do grupo. “O episódio de hoje do Ricardo serviu para me alertar para muita coisa. Foram coisas muito sérias faladas ali, que hoje em dia não cabem mais. Com nossa família, com nossos filhos, são coisas que não pregamos. Pelo contrário: sempre fiscalizamos para ver se as coisas realmente mudam”, escreveu Luis Mariutti.