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O Som e a Fúria

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10 capas de discos brasileiros que desafinaram no visual

De Erasmo Carlos a Zé Ramalho, nem sempre a qualidade da música e do artista se refletiu na beleza das capas de seus álbuns

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jul 2022, 15h02 - Publicado em 28 jul 2022, 13h40

Quando os bolachões reinavam soberanos na música, as capas dos discos eram parte essencial da obra. Com o advento dos CDs e, mais recentemente, do streaming, o hábito de admirar a arte das capas praticamente desapareceu. Por seu tamanho diminuto e muitas vezes relegadas ao segundo plano, praticamente ninguém dá mais bola para isso. Bons tempos em que o Brasil produzia capas antológicas, boa parte delas criada pelo artista Elifas Andreato, morto em março deste ano. Nem sempre, no entanto, as capas de discos nacionais acertavam. A seguir, uma lista com as 10 delas que mais desafinaram no visual:

A Peleja do Diabo com o Dono do Céu, de Zé Ramalho (1979)
A Peleja do Diabo com o Dono do Céu, de Zé Ramalho (1979) (//Divulgação)

No segundo disco de Zé Ramalho, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu, lançado em 1979, o artista não foi nada sutil. Na época, o personagem trash Zé do Caixão dominava os cinemas brasileiros e foi convidado para estampar o álbum, com suas unhas gigantes. Na cena, Zé Ramalho interpreta o dono do céu enquanto Xuxa Lopes faz o papel de uma “vampira”. Embora criativa, a imagem mais parece uma capa de filme de terror B.

Todos dos Olhos, de Tom Zé (1973)
Todos dos Olhos, de Tom Zé (1973) (//Divulgação)

Uma das capas mais polêmicas da história da música brasileira, a do álbum Todos os Olhos, de Tom Zé (1973), traz uma imagem que lembra um olho, mas na verdade remete mais a certo orifício íntimo. O conceito da capa veio de Décio Pignatari, amigo de Tom Zé. A imagem, supostamente, deveria mostrar um ânus feminino com uma bola de gude no centro, como uma maneira de afrontar a censura imposta pela ditadura. As fotos até chegaram a ser feitas, mas ficaram explícitas demais. No fim das contas, a imagem usada na capa foi dos lábios de uma modelo com a bola de gude.

Capa do álbum de Roberto Carlos de 1989
Capa do álbum de Roberto Carlos de 1989 (//Divulgação)
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Roberto Carlos não gosta de batizar seus álbuns. Por isso, a maioria deles é apenas identificada pelo ano. O cantor também é pouco criativo nas capas, quase sempre com fotografias de seu rosto. Em 1989, porém, Roberto inovou ao posar com uma pena na orelha. O resultado causa estranheza e, sinceramente, é bem cafona mesmo. Seria injustiça, no entanto, dizer que o cantor não tem nenhuma capa bonita. Um exemplo é o álbum de 1970, como uma bela foto em preto e branco do cantor no palco, feita pela fotógrafa Thereza Eugenia.

Drops de Hortelã: Oswaldo Montenegro e Glória Pires (1985)
Drops de Hortelã: Oswaldo Montenegro e Glória Pires (1985) (//Divulgação)

Em 1985, a atriz Glória Pires, com seus 20 e poucos anos, era um dos rostos mais conhecidos do Brasil, quando topou participar do álbum Drops de Hortelã, de Oswaldo Montenegro, em uma aventura musical que ela não levou para a frente. Na imagem, ambos aparecem com bengala e chapéu coco. A cantora logo perceberia que, como cantora de MPB, ela é uma ótima atriz de novelas. Mas Montenegro, vale frisar, continuou a ser uma figura hors-concours em matéria de capas e discos duvidosos.

Pra Você, de Nelson Gonçalves (1971)
Pra Você, de Nelson Gonçalves (1971) (//Divulgação)
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Um dos maiores vendedores de discos do Brasil, atrás apenas de Roberto Carlos, o cantor Nelson Gonçalves não teve uma vida fácil. Em 1966, foi preso e teve sua casa vandalizada pela polícia após ser flagrado usando drogas. O cantor, no entanto, se reergueu. Em Pra Você, um dos álbuns que marcaram seu retorno, ele interpreta canções que se tornaram clássicos do samba-canção. Mas a capa, em que aparentemente emula o personagem Dr. Spock, de Jornada nas Estrelas, é de lascar.

Capa do disco de Ney Matogrosso, de 1982
Capa do álbum Mato Grosso, de Ney Matogrosso, de 1982 (//Divulgação)

Ney Matogrosso sempre foi um artista bem resolvido com seu corpo, mas a pose da foto da capa do álbum Mato Grosso, definitivamente, não valorizava o cantor. Lançado em 1982, o disco não fez tanto sucesso quanto seus trabalhos anteriores, porém trouxe a canção Promessas Demais, da trilha da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa. O álbum contou ainda com Johnny Pirou, cuja execução pública foi proibida pela censura na época.

Amar Pra Viver ou Morrer de Amor, de Erasmo Carlos (1982)
Amar pra Viver, ou Morrer de Amor, de Erasmo Carlos (1982) (//Divulgação)
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Erasmo Carlos levou ao pé da letra a expressão “de peito aberto”. A capa do álbum de 1982, Amar pra Viver, ou Morrer de Amor, traz o artista literalmente abrindo seu tórax e deixando sair de lá de dentro uma pomba branca. Com um resultado estético para lá de kitsch e assustador, o disco se destaca pela canção-título, uma das mais bonitas da carreira do músico, além de Mesmo que Seja Eu e Filosofia de Estrada.

Caubeatles, de Cauby Peixoto (2011)
Caubeatles, de Cauby Peixoto (2011) (//Divulgação)

A falta de criatividade na capa do álbum Caubeatles, de Cauby Peixoto, só perde para o infame trocadilho que o músico usou para batizar o disco, no qual ele fez covers dos Beatles, soltando seu vozeirão em músicas como And I Love Her, The Long And Winding Road, My Love, Yesterday e Let It Be.

With Lasers, do Bonde do Rolê (2007)
With Lasers, do Bonde do Rolê (2007) (//Divulgação)
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Talvez seja difícil encontrar uma capa de álbum mais pavorosa do que With Lasers, do Bonde do Rolê, lançado em 2007. A imagem mostra uma montagem do Rio de Janeiro com o Cristo Redentor soltando raios laser (?!) pelos olhos. O grupo, que fez relativo sucesso há dez anos, jamais foi reconhecido também pela qualidade de suas canções.

Ao Vivo - Nosso Amor ao Armagedon, de Angela Ro Ro (1993)
Ao Vivo – Nosso Amor ao Armagedon, de Angela Ro Ro (1993) (//Divulgação)

Uma das maiores compositoras e cantoras brasileiras, e também uma das figuras mais folclóricas do ramo, Angela Ro Ro assustou os fãs com a capa de seu álbum ao vivo, que mostrava apenas seus olhos e seu sorriso. O pavoroso resultado sugere mais um álbum de terror que de amor, eclipsando sucessos como Fogueira, Cobaias de Deus e Amor, Meu Grande Amor. 

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