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Vida pós-crise, como será? (por Gaudêncio Torquato)

A crise escancara a pequenez do governante-mor

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 30 jul 2020, 19h02 - Publicado em 5 abr 2020, 10h00

Há muitas questões no ar e qualquer previsão sobre o amanhã será precipitado. Mas os eventos desses dias de medo permitem que se façam inferências razoáveis. Por exemplo, o mundo do trabalho terá novas convenções, com parcelas das atividades exercidas em casa. Impacto forte em salários e emprego.

Mais precavidos aos movimentos migratórios e aos riscos do turismo, os países reforçarão sistemas de segurança e controle, acionando o nacionalismo de partidos e governantes. Isso pode se exacerbar em algumas Nações de líderes populistas.

As relações internacionais, apesar do pragmatismo dos negócios e das parcerias, focarão em áreas estratégicas, como energia, reservas naturais e telecomunicações. Sobre as teles, sabe-se que quem delas se apodera domina a alma de um país. Tudo corre por suas veias.

Mudanças em diversos campos. Dito isto, puxemos brasa para nossa sardinha. O que poderá ocorrer aqui? Sem estender os limites da reflexão, fiquemos apenas com a política, a começar pela galeria de nossos quadros. Está claro que a sociedade vai procurar um líder. Uma das lições da atual crise é a de que o país está entregue a indivíduos sem qualidades para tocar um projeto de país. Dispomos até de bons técnicos, mas sem capacidade para comandar e unir o povo em torno de uma ideia de Nação próspera, integrada à nova ordem mundial.

A crise escancara a pequenez do governante-mor, incapaz de promover a união entre os três Poderes e alcançar valores como harmonia e independência.

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Legislativo e Judiciário, no vácuo do Executivo, se esforçam nas demandas mais prementes. Mas essa é a hora de exigir do Executivo diretrizes e firmeza. Este Poder sairá menor da crise com previsão de arrefecimento desse presidencialismo de cunho imperial. Se o Estado se ausenta em momentos cruciais, estiolam-se a credibilidade e a esperança nos governantes.

O presidente Jair, mesmo mudando seu discurso sobre isolamento vertical, continua distante do Congresso e do Judiciário. Este, pelo presidente Toffoli, prefere a ciência e não o “achismo” contra o coronavírus. E se a corda arrebentar? Não há como sugerir ou debater coisas como impeachment, pois Bolsonaro ainda mantém 30% de aprovação. Mas certo abalo haverá.

E se o presidente, ante eventual devastação social – ataques, assaltos, quebradeira – avocar o direito de governar por decreto? Já é possível, a esta altura, enxergar o presidente buscando hipertrofiar o Poder Executivo diante de outros poderes, num jogo de guerra na intenção de atrair audiência e emplacar uma agenda que lhe permita governar por decretos nos moldes ditatoriais.

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Mas o Congresso está precavido. Rodrigo Maia, matreiro, administra bem o excesso de MPs na Câmara. No Senado, Alcolumbre e Anastasia também estão atentos. A bola agora está com o governo, de quem se espera maior disposição para vencer a burocracia e distribuir recursos aos carentes.

Seja qual for o desfecho da crise, nossa democracia seguirá adiante. A sociedade estará cada vez mais exigente e crítica, a cobrar transparência, melhores serviços públicos, a partir da saúde, disposta a despachar representantes que não cumpram promessas de campanha e a entrar com mais vontade no tabuleiro da política.

 

Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político

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