“Se você publica uma matéria chamando alguém de criminoso, acusando alguém de ter participado de um esquema, e isso é uma inverdade, tem que ser tirado do ar. Simples assim”, decretou o ministro Dias Toffoli, presidente faz menos de um ano do Supremo Tribunal Federal.
Em entrevista ao jornal VALOR, ele disse que só havia acionado seu colega Alexandre de Moraes para investigar o que publicaram o site O Antagonista e a revista eletrônica Crusoé porque, “ao atacar o presidente, estão atacando a instituição” – no caso, a mais alta Corte de Justiça do país.
Poucas horas depois de o jornal ter circulado com a entrevista, Alexandre de Moraes deixou Toffoli pendurado na brocha. Revogou a decisão tomada de censurar o site e a revista. Reconheceu que nada do que ali fora publicado era mentira. Foi amargar em casa o seu açodamento.
De resto, a reportagem do site e da revista não chamou Toffoli de criminoso. Nem o acusou de ter participado de esquema algum. Limitou-se a dizer que ele era “o amigo do amigo do meu pai”, alcunha a Toffoli reservada em e-mails trocados por executivos da construtora Odebrecht.
Antes de publicar a reportagem, o site e a revista procuraram Toffoli para ouvi-lo a respeito. Informado sobre o que se tratava, ele recusou-se a dar explicações. Cobriu-se com a toga a que tem direito. Imaginou que contaria também com a proteção das togas vestidas por seus colegas de tribunal.
Para quem se apresentara como aquele que retiraria o Supremo na boca do palco da política nacional, Toffoli só fez empurrá-lo para além da boca do palco. Apequenou-se – logo ele que jamais fora um gigante. Apequenou o Supremo.