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Sinais de tempos sombrios (por Ronaldo Brasiliense)

Operação policial para confiscar “a coisa”

Por Ronaldo Brasiliense
Atualizado em 30 jul 2020, 18h51 - Publicado em 18 jun 2020, 10h00

Passava das 15 horas da terça-feira, dia 16 do mês corrente, e eu tomava sol no quintal da minha casa em Óbidos, no Oeste do Pará, por recomendação médica, quando bateram à porta. Atendi sem camisa. Eram quatro policiais civis – um delegado, um escrivão e dois investigadores, sendo um deles uma mulher.

O delegado Silvio Biro leu pausadamente o Mandado de Busca e Apreensão assinado pelo juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira, titular da primeira Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares de Belém. Perguntei a ele:

– Vocês vieram buscar o quê na minha casa?

O mandado do magistrado era claro como uma pedra de carvão: “Descoberta a coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes, devendo os executores, finda a diligência, lavrar auto circunstanciado, assinando com duas testemunhas presenciais”.

– Que coisa é essa? – insisti.

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O delegado não soube ou não quis dizer.

Os policiais passaram então a revirar o único quarto da casa em busca da “coisa” que o juiz Heyder Tavares queria. Confiscaram logo o meu lap top Dell, mas deixaram a fonte da bateria. Depois, o celular Motorola que estava no criado-mudo ao lado da minha cama. Acharam dentro de outro armário um outro lap top HP, que não uso há anos.

A operação foi requerida pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), incomodado com a série de escândalos que denunciei nas redes sociais, entre eles a compra de 400 respiradores mecânicos na China, no valor de R$ 50,4 milhões, por empresa não habilitada na Anvisa.

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Os respiradores mostraram-se imprestáveis para atender pacientes infectados pelo novo coronavirus, e o escândalo resultou na Operação Para Bellum, da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça. A polícia fez busca e apreensão na mansão do governador e no palácio do Governo, apreendendo computadores, celulares e documentos.

Outra transação suspeita feita pelo governador do Pará, com dispensa de licitação, foi o aluguel de oito ambulâncias por R$ 7,8 milhões, por quatro meses, com aluguel mensal, unitário, de R$ 245 mil. No mesmo período, a Prefeitura de Belém alugou ambulância pagando R$ 6.200,00.

Na busca e apreensão na minha casa, achei curioso que nem o delegado Silvio Biro, nem o escrivão Kennedy Bento, nem a investigadora Fabiana Barbosa falaram em fake news, o que eu suponho ser a “coisa” que interessaria ao juiz Heyder Tavares.

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Meu quarto ficou uma bagunça, todo remexido, mas fiquei feliz ao ver que meus arquivos em papel foram esquecidos. Eles me ajudarão a escrever o livro “A Quadrilha”, que contara a história de uma família de políticos paraenses que enriqueceu no poder assaltando os cofres públicos.

Ronaldo Brasiliense é jornalista há 43 anos. Trabalhou na VEJA, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense. Ganhou, entre outros, dois prêmios Esso de jornalismo, um Embratel e outro Petrobrás.

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