Com a discrição que o caso requer, o governo federal fez chegar à organização do desfile dos bonecos gigantes do carnaval de Olinda a informação de que se dispõe a garantir a segurança do boneco que representará o presidente Jair Bolsonaro.
Tudo passaria, naturalmente, pela escalação de uma pequena equipe de agentes policiais a paisano. Como se fossem foliões comuns, eles pulariam em torno do homem que carregaria o boneco – Natan Oliveira, 22 anos, por sinal eleitor de Bolsonaro.
A Embaixada dos Bonecos, entidade privada responsável pelo desfile, não confirma a oferta de segurança. Limita-se a dizer por meio de um dos seus porta-vozes informais que o boneco está pronto desde o ano passado e que deverá ir às ruas da cidade,
Aí é que mora o perigo. A população de Olinda votou por larga maioria em Fernando Haddad (PT) para presidente da República no segundo turno. Na véspera do dia da eleição, dezenas de blocos desfilaram num carnaval fora de hora pedindo votos para Haddad.
Os responsáveis pelo desfile dos bonecos na segunda-feira de carnaval têm recebido ameaças ao boneco de Bolsonaro. Nada de pessoal contra Oliveira, com larga experiência como portador de bonecos. Tudo contra o presidente eleito.
A depender do que possa acontecer até o final desta semana, não se descarta a hipótese de o boneco de Bolsonaro só desfilar no carnaval do Recife, considerado um ambiente muito mais seguro para ele.