
Por aqui, antes do Faceboook (2005), Twitter (2006), WhatsApp (2009), Instagram (2010) e Telegram (2013) existia este blog que, hoje, completa 15 anos. O Orkut fora criado dois meses antes. Seria desativado no final de setembro de 2014. A internet comercial no Brasil só tinha nove anos de idade.
Blog era diário de adolescente. Até então eu jamais acessara um. Não havia blog de notícias no Brasil com atualização diária. Nos Estados Unidos, segundo reportagem do The New York Times, só uma dezena de blogueiros era remunerada à época. Em 2004, nada ganhei. Comecei a ganhar a partir do ano seguinte.
Somente uma vez a passagem do tempo deixou de ser registrada neste blog. Foi entre os dias 9 de setembro e 15 de outubro de 2013 quando tive de me submeter a uma cirurgia cardíaca e me recuperar dela. O blog atravessou até aqui as eleições de 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016 e 2018, sendo quatro delas presidenciais.
O alvo preferencial das críticas do blog desde que ele entrou no ar foi o ex-presidente Lula. Por razões compreensíveis. Em segundo e terceiro lugares, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente José Sarney. A seguir fazendo por merecer, o presidente Jair Bolsonaro é sério candidato ao topo dos políticos mais criticados.
Em nota aqui postada em 1º de julho de 2004, escrevi que o blog tinha três objetivos:
- a) informar; sempre que possível, dar a informação na hora em que ela estiver acontecendo ou acabando de acontecer;
- b) fazer pensar; também sempre que possível, oferecer a informação comentada, analisada, interpretada;
- c) servir de espaço livre, democrático, para o debate de ideias ou das informações e comentários aqui postados.
Já foi mais fácil cumprir o primeiro dos três objetivos, embora eu ainda o persiga. A batalha pela informação em tempo real, ou quase, hoje é travada no Twitter, onde este blog existe desde 2008, e onde conta com mais de 1 milhão de seguidores. Foi neste blog no Twitter que se viu o primeiro vídeo do atentado a Bolsonaro.
Renovo meu compromisso com o jornalismo tal como o entendo. Para isso, transcrevo nota aqui postada em 26 de agosto de 2010:
Este é um dos mitos cultivados há mais de século: jornalista é imparcial. Ou tem obrigação de ser.
Ninguém é imparcial. Porque você é obrigado a fazer escolhas a todo instante. E ao fazer toma partido.
Quando destaco mais uma notícia do que outra, faço uma escolha. Quando opino a respeito de qualquer coisa, tomo partido.
Cobre-se do jornalista honestidade.
Não posso inventar nada. Não posso mentir. Não posso manipular fatos. Mas posso errar – como qualquer um pode. E quando erro, devo admitir o erro e me desculpar por ele.
Cobre-se do jornalista independência.
Não posso omitir informações ou subvertê-las para servir aos meus interesses ou a interesses alheios.
Se me limito a dar uma notícia, devo ser objetivo. Cabe aos leitores tirarem suas próprias conclusões.
Mas se comento ou analiso um fato, ofereço minhas próprias conclusões. Cabe aos leitores refletir a respeito, concordar, divergir ou se manter indiferente.
Creio que o jornalismo existe para satisfazer os aflitos e afligir os satisfeitos.
Jornalista é um incômodo. E é assim que deve ser.