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Populismo não será opção

Não há nenhum sinal de simpatia pela volta ao autoritarismo

Por GAUDÊNCIO TORQUATO
Atualizado em 30 jul 2020, 19h43 - Publicado em 19 Maio 2019, 11h00

O populismo se inspira em antagonismos: as demandas das massas contra interesses de elites corrompidas; a nova política contra a Política do toma lá dá cá; reforma das instituições versus o status-quo, entre outros.

O cenário brasileiro propicia o populismo? Se considerarmos que a corrente ganha mais adeptos entre aqueles que estão no fundo do poço da crise, a resposta é sim. Com a população descrente dos políticos, o país teria perfil para ser território populista.

A isso, acrescente-se o fato de que o cobertor demagógico é feito de densa espuma emotiva, que aparece na expressão de adversários destilando bílis em redes sociais.

Desse retrato, infere-se que, sem reformas necessárias à retomada do crescimento, o governo poderia se aventurar no experimento de massagear o coração das camadas sofridas. Felizmente, tal alternativa é inviável em nossas plagas.

Primeiro, uma solução como essa jamais seria abraçada pelo núcleo econômico, a partir do ministro de Paulo Guedes, que veste a camisa liberal e não trocaria o ideário por uma aventura demagógica.

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Segundo, nossa “revolução castrense”, a imaginada pelos generais do governo, tem por meta o desenvolvimento, que os inspiram. Não há nenhum sinal de simpatia pela volta ao autoritarismo.

Terceiro, há um forte núcleo racional no centro da pirâmide, composto por nichos de classes médias – profissionais liberais, empresários, áreas da intelligentzia -, preocupados em ver o país na rota do meio, com o Estado do Bem-Estar Social ao lado do liberalismo, motor da livre iniciativa. Esse contingente não comunga com a algazarra populista.

Nosso presidente até pode defender ideias de aceitação popular, como atualização da tabela do Imposto de Renda pela inflação, coisa que destoa do pensamento de Paulo Guedes, que mostra intenção de acabar com dedução de gastos com saúde e educação. Pior: se a reforma da Previdência não for aprovada, faltarão recursos para o Bolsa Família. Imaginaram a grita geral? Populismo atiraria contra o coração das massas.

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Em suma, o que Bolsonaro está fazendo, mesmo sob sérias críticas, é atender às promessas de campanha, particularmente a pauta das armas ou a descontaminação ideológica (Escola sem partido), sob a régua da extrema-direita. Já sobre dinheiro, isso é competência da equipe do Guedes. O presidente dá palpites, mas recua quando percebe que não pode embaralhar as cartas da economia.

O desencanto com políticos dará um gás extra ao presidente. Apesar dos obstáculos, ainda assim ele poderá chegar ao outro lado do rio das mortes. A menos que provoque uma débâcle estrondosa. Se isso ocorrer, babau. Ademais, o ciclo petista e o que mais se passa pela esquerda (vejam Venezuela) funcionam como antídoto ao lulopetismo. Lembrando: mantida a decisão do STJ, Lula só poderia voltar como candidato a partir de 2035, aos 89 anos.

Por isso, é viável inferir que a travessia de Bolsonaro pode ir até o fim, mesmo em campo minado. Mas seu estilo atirador tende a viabilizar perfis moderados.

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Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político.

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