Para que fosse bem-sucedido junto à ONU, Lula teria que provar o claro desrespeito às leis por parte da Justiça brasileira. Não cabe levantar apenas suspeição sobre o comportamento do juiz Sérgio Moro, de quem ele foge como o diabo da cruz.
A suspeição teria que alcançar o comportamento das demais instâncias da Justiça, incluindo, naturalmente, o Supremo Tribunal Federal. Raras foram as decisões de Moro reformadas pelo Supremo. E nenhuma que tenha agravado a situação de Lula
Ou Moro tem agido bem ou o Supremo tem sido conivente com seus desacertos. Com Lula, pelo menos, Moro tem demonstrado um cuidado que talvez não tivesse com outra pessoa na mesma situação dele. Não merece elogios por isso, mas críticas.
Recentemente, Moro admitiu que o conjunto de conversas grampeadas de Lula mostra claramente que ele tentou obstruir a Justiça. O ex-senador Delcídio do Amaral foi preso por tentativa de obstrução da Justiça. Lula não foi. Por que não foi, Moro?
Lula foi uma vez conduzido coercitivamente para depor aos procuradores da Lava-Jato. Bastou para que ele se julgasse humilhado, vítima de uma clamorosa violência. Outros foram conduzidos coercitivamente para depor. Ninguém reclamou disso.
O ministro Ricardo Lewandowisk, presidente do Supremo, poderia ser ouvido sobre o pedido de socorro encaminhado por Lula à ONU. É a imagem da Justiça que Lula tenta manchar lá fora, embora em sua defesa tenha o direito de agir assim.
Se a ONU ignorar o pedido de Lula, só restará a ele apelar para o Papa Francisco. No coração do Papa há espaço suficiente para inocentes e pecadores.