Pai e filha, afinal, no mesmo barco
O reencontro político de Tarso Genro com a filha, Luciana

Separado politicamente da filha desde que Luciana Genro, então deputada federal, votou contra a reforma da Previdência proposta por Lula em seu primeiro governo e acabou expulsa do PT, Tarso Genro, ex-ministro da Justiça, está muito próximo de se reconciliar com ela.
Autor da proeza: Guilherme Boulos, candidato do PSOL à sucessão do presidente Michel Temer. Luciana foi uma das fundadoras do PSOL e apoia Boulos. Por ora, seu pai diz que ainda apoia Lula. Mas ontem, Tarso admitiu que se Lula não for candidato, poderá apoiar Boulos.
“Lula é o meu candidato até o último minuto. Se ele não for, estou aberto ao melhor candidato que unifique a esquerda. Boulos e Manuela são dois grandes nomes”, disse Tarso, para alegria da filha e naturalmente do candidato do PSOL. De Manuela também, vá lá.
Mas na última segunda-feira, durante um debate em Porto Alegre ao lado de Boulos e se dirigindo a ele, Tarso foi ainda mais enfático:
– Se o presidente Lula, que é o maior e mais completo líder popular do país, não for o candidato (…), eu vou te apoiar, por uma série de razões.
O ex-governador da Bahia Jaques Wagner foi outro nome do PT que voltou a defender nas últimas 48 horas o apoio do partido a um candidato de fora dos seus quadros. Wagner e Tarso estão cansados da história de que Lula poderá ser candidato a presidente. Sabem que ele não será.
E, no caso de Wagner, ele tenta driblar a possibilidade de ser lançado de última hora candidato do PT a presidente no lugar de Lula. É candidato ao Senado pela Bahia e tem uma vitória quase certa.