
Lembra-se da música infantil que dizia: “Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais”? Há dois elefantes que neste momento incomodam o presidente Jair Bolsonaro e com os quais ele se mede: Henrique Mandetta, ministro da Saúde, e Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública.
Mandetta, por razões ainda fresquinhas. Moro, porque deixou Bolsonaro ao léu e fechou com as posições de Mandetta na condução da guerra contra o coronavírus. O presidente está furioso com ele. Até ontem, Moro não postou uma só mensagem nas redes sociais com elogios a Bolsonaro. Um pecado mortal.
Às 9h30 desta manhã, como consta da agenda oficial do presidente da República, ele receberá Mandetta para uma conversa a sós no Palácio do Planalto. Não será surpresa para este blog que Mandetta saia de lá demitido. Ou saia como entrou – o ministro da Saúde que balança, balança, mas por enquanto não cai.
Tudo poderá acontecer – inclusive nada, como dizia no passado o sábio Marco Maciel, ex-governador de Pernambuco, ex-presidente da Câmara dos Deputados, ex-ministro da Educação e da Casa Civil da presidência e ex-vice-presidente da República no governo de Fernando Henrique Cardoso. Sabia tudo.
Bolsonaro está morrendo de ciúmes de Mandetta. Em poucos meses, a popularidade de Mandetta ultrapassou a dele que cai. Mas não só por isso. O ministro tornou-se a mais séria ameaça à reeleição de Bolsonaro. Demitido já ou mais tarde, Mandetta é um potencial candidato a vice ou a presidente em 2022.
O que fazer com Mandetta? – indaga-se Bolsonaro diante do espelho. E o espelho não responde. Não adianta insistir. Espelho não fala.