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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Os donos da história

O Brasil sabe que a narrativa de Bolsonaro é falsa: sim, foi golpe.

Por Cristovam Buarque
3 abr 2019, 12h00 • Atualizado em 30 jul 2020, 19h50
  • Por Cristovam Buarque

    O Presidente Bolsonaro deu mais um tiro no pé e prestou um serviço à história, ao propor a comemoração dos 55 anos do golpe militar nos quartéis. Um assunto histórico que estava nas estantes das bibliotecas foi despertado e serviu para provocar debates e criar em novas gerações a consciência de fatos passados que não devemos esquecer. Há dias que as mídias, noticiários, editoriais, twittwea e facebooks debatem, esclarecem e denunciam os crimes da ditadura militar que, por 21 anos, cassou mandatos, de políticos e empregos de servidores, aubmeteu Congresso e Justiça, censurou imprensa, universidades e livros, matou, exilou, “desapareceu” pessoas, sequestrou adultos e crianças e deformou a consciência política dos brasileiros. Nos deixou a memória do horror que querem roubar se apropriando da história.

    Propor comemorar 64 para desfazer a marca do golpe foi um serviço que Bolsonaro prestou sem querer. Está claro que foi um golpe porque os militares rasgaram a Constituição vigente desse 1946 e implantaram uma ditadura. O Brasil sabe que a narrativa de Bolsonaro é falsa: sim, foi golpe.

    Este debate está ajudando a debater a outra narrativa de que os impeachments de Collor e de Dilma foram golpes. Que o Congresso fez em 2016 o que os militares fizeram em 1964. Escondendo que nos dois impeachments o Congresso agiu dentro da Constituição de 1988 e manteve todo o rigor democrático: debate do processo por seis meses com absoluto direito á defesa, garantia do direito dos presidentes durante, os julgamenros, posse dos vices escolhidos por Collor e por Dilma, manutenção de todo o sistema institucional democrático e dos direitos de ex-presidentes por toda vida financiados pelo poder público; no caso da presisente Dilma, diferente se Collor, manutenção inclusive de seus direitos civis, o que lhe permitiu ser candidata ao Senado nas primeiras eleićões depois de seu impeachment. Usar a palavra golpe para 2016 è uma “fake story” tão sem sentido quanto dizer que em 1964 não houve golpe.

    O tiro no pé dado pelo Bolsonaro vai ajudar a desmentir a falsa narrativa direitista do não-golpe em 1964 e a falaa narrativa petista de que houve golpes em 1992 e em 2016.

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    Graças ao sectarismo bolsonarista, a história pode sair ganhando e o Brasil entendendo melhor a sua história. Os militares podem até dizer que foi golpe e interpretar que teria sido bom para o Brasil, os petistas podem até dizer que os impeachments não foram bons para o Brasil. O que eles não devem é tentar ludibriar a história: golpe foi golpe, impeachments foram impeachments. Podem interpretar a história, mas não são donos dela.

     

    Cristovam Buarque, ex-senador 

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