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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O Tempo que se perde

Psicanálise da vida cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
Atualizado em 30 jul 2020, 19h49 - Publicado em 10 abr 2019, 13h00

Tempo é vida, tempo é um espaço que não tem fim, o que tem fim é a vida de todos nós. E por saber da vida finita, quanto tempo se perde na própria vida. O tempo é desprezado pelo medo de viver o presente, o tempo que temos. Geralmente não se vive o aqui e agora pelo fato de que se tem medo de perdê-lo. O homem se enrreda na lembrança do passado e da fantasias do tempo futuro. Não existe mais o passado, e sim o passado presentificado, do mesmo modo não existe o futuro senão nas elocubrações fantásticas, no entanto sempre no presente.

Só existe um tempo, o tempo do presente, já dizia J.L.Borges em seu ensaio sobre a eternidade. As alternativas de ter o passado, por exemplo, se realizam nas lembanças e prinicpalmente na saudade, esse sentimento mágico que faz da ausência a presença. Mas, deve-se ter cuidado para não viver de lamentos, de queixas, de memórias melancólicas de perdas, caso contrário os homens preenchem seu presente com uma permanente depressão, lutos não feitos, pesadêlos não elaborados, sonhos interrompidos, um eterno não acordar para o presente e não poder tirar proveito das belezas e dos felizes momentos que existem.

A ânsia do futuro é daqueles que não se preenchem com o presente. Marcel Proust, após passar toda a sua vida tentando buscar o “tempo perdido”, em seu último livro da obra O tempo redescoberto chega à conclusão que descobriu o presente e é dele que deve tirar proveito. Aliás, ele escreveu que agora poderia começar o seu verdadeiro romance! Não há o que se resgatar, o que se recobrar, “não há o grande reencontro com o passado, diz Leda Tenório da Motta, “ sonhado, quer dizer, impossível, o livro é posto no futuro. O que se tem é a realidade única desse impasse – o presente da narração”, reafirma a autora.

Caro leitor, deixo você com uma metáfora sobre a perda, poetada nos versos de Vinicius de Moraes em seu belo poema A Mulher que Passa.

Por que não voltas, mulher que passa?

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Por que não enches a minha vida?

Por que não voltas, mulher querida

Sempre perdida, nunca encontrada?

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Por que não voltas à minha vida?

Para o que sofro não ser desgraça?

 

 

Carlos de Almeida Vieira é alagoano, residente em Brasília desde 1972. Médico, psicanalista, escritor, clarinetista amador, membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e da International Psychoanalytical Association  

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