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O poder adoece

“Síndrome da presunção”

Por Gustavo Krause
Atualizado em 30 jul 2020, 19h24 - Publicado em 6 out 2019, 11h00

Com admirável concisão, Bobbio define o poder como “a capacidade ou a possibilidade de agir, produzir efeitos” e, mais objetivamente, no plano social: “é o poder do homem sobre o homem”.

Esta capacidade, ao ser exercida, pode dar origem a uma doença psiquiátrica: “The Hubris syndrome”, expressão herdada da mitologia grega que significa a “desmedida” e, em tradução livre, corresponde à “síndrome da presunção”. A rigor,  o autor, médico, político e escritor inglês, David Owen, não classifica os 14 sintomas como uma patologia. Falta evidência científica baseada em fatos. Ele analisou, entre várias lideranças, Bush e Blair, em momentos cruciais de suas gestões

O criterioso Dr. Owen teria um vasto campo de observação, estagiando em Brasília, a corte tropical, que abriga os poderes da República. Fatos abundantes testariam alguns sintomas em todas as esferas de poder, entre os quais, cabe destacar: 1. A propensão narcísica para enxergar o mundo como o espaço de exercer o poder e conquistar a glória; 2. O culto aos ritos de exaltação à imagem; 3. A perda de contato com a realidade tendente ao isolamento, à exceção da companhia dos aduladores; 4. A mensagem messiânica que revela a ideia de fusão entre líder,  nação e estado; 5. A sensação da onipotência que reforça a arrogância e a crença de que somente será julgado pela História e por Deus; 6. Inquietação permanente, indiferença e impulsividade a ponto de negar o outro.

Olhado no conjunto, os personagens das cortes se parecem. O que difere é a extensão dos danos que podem ser causados às pessoas afetadas pela prepotência e pela desrazão. Enquanto um parlamentar, de primeira viagem, diante do espelho mágico pergunta: “espelho, espelho meu, quem neste mundo é mais inteligente e bonito do que eu”?, sem dúvida, é um risco potencial e um forte candidato à psicopatia. Afinal, ele chegou ali pela decisão dos eleitores. Pensa que é ou pretende ser eterno.

Por enquanto, há um remédio objetivo que é a limitação e a alternância do poder asseguradas pelo sistema democrático e colocadas em ação pela força da cidadania crítica e participativa.

Entretanto, não há anticorpos capazes de prevenir a doença tanto que a impulsividade do guardião da lei esteve a um passo de cometer um homicídio. Falta uma consciência crítica a repetir, incessantemente, as palavras do escravo ao orgulho triunfante do tribuno romano: memento mori (Lembre-se da morte).

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