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O plano de Bolsonaro para acabar com o confinamento social

Para salvar a Economia e a reeleição

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h03 - Publicado em 3 abr 2020, 08h00

Se tudo sair como deseja o presidente Jair Bolsonaro e admitiu, ontem à noite, em entrevista à Rádio Jovem Pan, será assim: neste domingo, seus devotos promoverão uma jornada nacional de jejum e de orações sob o estímulo e a benção de pastores evangélicos.

E ele, a partir da segunda-feira, poderá a qualquer momento assinar uma Medida Provisória para acabar na prática com o confinamento social decretado por governadores e prefeitos e apoiado por seus principais ministros. Esse é seu plano. Simples.

É fato que o sistema federalista adotado no Brasil concede autonomia administrativa para estados e municípios em áreas como saúde, educação e comércio, o que restringiria a possibilidade de interferência de Bolsonaro. Só que…

Só que Estados e municípios não podem contrariar decreto presidencial que defina como atividades essenciais as que, a juízo de Bolsonaro, devam funcionar. À Justiça, provocada mais tarde, caberá a última palavra. Nesse meio tempo…

Nesse meio tempo boa parte dos brasileiros se sentirá autorizada a voltar a circular, pois o presidente não mandou? O confinamento sofrerá duro abalo. E Bolsonaro terá alcançado seu objetivo. Mas por que, se dependesse dele, jamais teria havido confinamento?

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O confinamento enfraquece a Economia, e do sucesso dela depende a reeleição de Bolsonaro em 2022. Não há o que fazer contra o coronavírus, disse Bolsonaro à Jovem Pan. Melhor que o vírus contamine logo cerca de 70% da população, como se estima.

Morrerá muita gente? Morrerá. Morrerão principalmente idosos que já sofrem de outras doenças e estão condenados a morrer mais dia menos dia. Coisas da vida. Tudo passa, passará. Sem eles, a pressão sobre a Previdência será menor. E a Economia, salva.

O The New York Times, o mais importante jornal do mundo, contou que o presidente Donald Trump ouviu de banqueiros e de empresários que deveria permitir que o vírus seguisse seu curso natural, infectando e matando quem tivesse de morrer.

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Por isso, até a última sexta-feira, Trump tratou a pandemia como se fosse uma “gripezinha”. Afinal convencido de que estava errado, pediu aos norte-americanos: “Fiquem em casa”. Pediu ajuda à China e à Rússia. E foi à luta. Está perdendo feio a parada.

Bolsonaro também está perdendo feio – no seu caso porque ficou isolado. Isolado dentro do governo, isolado dentro do Congresso, isolado dentro dos tribunais superiores e isolado nas ruas que ficaram vazias. Daí o desespero que não consegue disfarçar.

Quem, em público, ousa lhe dar razão? Apenas os devotos de raiz nas redes sociais e os pastores aflitos com a queda de arrecadação nas suas igrejas, fábricas de dinheiro. Banqueiros e empresários até que lhe dão razão, mas só às escondidas. E em voz baixa.

Bolsonaro virou um pária. Está para a política como o coronavírus está para a Saúde e a Economia – ambos são tóxicos e letais. Na próxima eleição, antes de digitar na urna o nome do seu candidato, lave bem as mãos com álcool gel para votar melhor.

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