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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O dandismo na campanha

O mestre Baudelaire dizia:“creio que existe na ação política certa dose de provocação”. Os dândis querem provocar, criar impacto.

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 4 jun 2024, 17h10 - Publicado em 4 fev 2018, 14h00

Os climas político-eleitorais puxam bordões, refrões, chavões e abordagens, todos centrados na ideia de dar respostas satisfatórias às demandas sociais. Bengala de apoio a candidatos e partidos, as receitas procuram chamar a atenção dos eleitores, razão pela qual se esforçam para apresentar um diferencial na expressão.

São frequentes, no desfile dos modismos, formas extravagantes de apresentação, trejeitos, esquisitices e coisas obtusas. Costuma-se designar esse território de dandismo, significando o “prazer de espantar”. Dândis praticam a arte de surpreender. O mestre Baudelaire dizia:“creio que existe na ação política certa dose de provocação, por ser preciso suscitar uma reação”. Os dândis querem provocar, criar impacto. E caem no exagero, fazendo da estética sua ação política.

Lembrando o passado: Lula desfilou com um isopor na cabeça quando descansava numa praia baiana; Fernando Henrique, em 1994, montou num cavalo no interior de Pernambuco e se esbaldou comendo buchada de bode. Quando senador, Suplicy desfilou nos corredores do Senado com um curto short vermelho oferecido a ele por Sabrina Sato. Quem não se lembra das palhaçadas de campanha de Tiririca?

A campanha deste ano, na esteira da crise que afasta o eleitorado da política, será um prato cheio para os dândis. Que pretendem criar um diferencial de imagem. Excessos serão tolerados, aceitos ou menosprezados pelos eleitores? É possível que, face à indignação que permeia grupos contrariados com os escândalos que queimam os últimos estoques de imagem dos políticos, alguns até prefiram votar no macaco Tião ou na macaca Chita. Mas a hipótese razoável é a de que o eleitor não quer perder o voto.

A tendência será a de escolher o candidato que tenha algo novo a dizer, coisas críveis e factíveis. Já não se aceitam promessas mirabolantes. A estripulia circense está com os dias contados. O desejo do eleitor aponta para perfis não contaminados com o vírus da mesmice, gente nova – não apenas na idade – que agregue experiência profissional ao campo devastado da política.

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Aparecer a qualquer custo, participar de encenação farsesca, seriam atos desprezados pelos eleitores. O nivelamento por baixo é costume antigo, mas desta feita, ameaça não prosperar. Mesmo sabendo que a planilha de candidatos deve abrigar um grupo de incultos e bárbaros.

Mas haverá espaço para a brabeza, palavras duras, críticas severas, murros na mesa. Quem conterá o estilo tonitruante de Ciro Gomes? Não se espere palavra doce de Bolsonaro. A índole pacífica de Geraldo Alckmin deverá, nas curvas da campanha, deslizar para uma tirada mais raivosa. E mesmo o jeito de freira de Marina Silva pode ceder lugar ao modo guerreiro de Joana D´Arc. E se Lula conseguir ser candidato e aparecer carregando uma cruz?

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato 

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