Na vida em sociedade, meu direito acaba onde começa o seu
Ou é assim ou voltaremos às cavernas

Uma platitude, mas vamos lá: meu direito acaba onde começa o direito do outro. Se eu fumo, e infelizmente fumo, ponho minha saúde em risco, mas tenho esse direito. Mas se fumo em ambiente onde outros não fumam, ponho em risco a saúde deles, e não tenho esse direito.
A Constituição me assegura o direito de ir e de vir. Mas em determinadas situações, tal direito não é absoluto, inquestionável. No caso de uma pandemia, por exemplo. Se eu quero me infectar, posso. Desde que não me torne depois um transmissor da doença, nem em casa nem no hospital para onde corra.
Então se estivermos de acordo até aqui, erra quem disser que não será obrigado a tomar vacina contra a Covid-19 tão logo a primeira seja oferecida. Não importa que a picada da agulha lhe cause assombro, que eu tenha atravessado ileso a pandemia ou que eu seja jovem. Não é o meu caso. Sou do grupo de risco.
Nada importa – nem mesmo que reverencie alguma entidade divina que aconselha seus seguidores a enfrentar as dificuldades da vida sem apelar para nenhum recurso capaz de atenuá-la. E se meu próximo mais próximo for ateu? O que ele tem a ver com minha fé em um Deus que despreza o bom senso e a Ciência?
Até mesmo o direito à expressão do pensamento não é ilimitado. Sim, posso pensar o que quiser a respeito de qualquer coisa. Posso falar ou escrever o que penso. Mas se alguém sentir-se ofendido pelo o que eu disse ou escrevi pode me processar. Caberá aos tribunais decidirem quem tem razão. É assim que funciona.
A vida em sociedade só é possível porque sujeita a leis, e elas dizem em todos os códigos conhecidos que os interesses coletivos se sobrepõem aos individuais. Do contrário voltaríamos aos tempos primitivos das cavernas, dos humanos coletores, e do impérios dos mais fortes, habilidosos, corajoso e espertos. Taokey? Vacine-se!