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Moacir Santos, o mestre do afrojazz brasileiro

MÚSICA

Por FLÁVIO DE MATTOS
Atualizado em 30 jul 2020, 19h40 - Publicado em 7 jun 2019, 12h01

O maestro Moacir Santos é uma personalidade da cultura brasileira que merece sempre todas as nossas reverências. A trajetória desse músico negro, nascido em Pernambuco, que terminou seus dias como um dos grandes compositores do cinema em Hollywood, é um exemplo de perseverança e determinação. Seu talento venceu as adversidades e o colocou como o mestre dos grandes mestres.

Nascido em 1926, na pequena Flores do Pajeú, Moacir Santos ficou órfão aos dois anos. Foi adotado por uma família branca, que lhe deu acesso a educação escolar e musical. De outra parte, porém, o menino negro sofria maus-tratos por parte de seus pais adotivos. Quando completou quatorze anos, ele não agüentou mais e fugiu de casa. Foi parar em Rio Branco, no Acre.

Sua formação musical lhe proporcionou ali uma nova família. O professor Paixão, maestro da escola local, adotou o jovem, que além do saxofone, da clarineta e do trompete, ainda tocava o banjo, o violão e o cavaquinho. Quando Paixão mudou-se para Recife, levou Moacir Santos, junto com sua família.

Jovem rebelde, Moacir acabou desentendendo-se com o padrasto e, mais uma vez, caiu na estrada. Entrou para a trupe de um circo e viajou todo o Nordeste, indo parar na Paraíba. Em João Pessoa foi contratado para comandar a Orquestra da Rádio Tabajara, substituindo Severino Araújo, que se mudava para o Rio. Tudo isso ele viveu, antes de completar dezoito anos de idade.

Em 1948, com 22 anos, ele deixou o Nordeste para tentar a vida no Rio de Janeiro. Com o talento e a sorte, rapidamente ingressou como saxofonista na Orquestra da Rádio Nacional. Em pouco tempo, foi promovido a arranjador e regente, trabalhando ao lado de Radmés Gnatalli, Leo Perachi e Lírio Panichalli.

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Muito aplicado, Moacir Santos foi estudar música clássica e teve como mestres Cláudio Santoro, Guerra Peixe e o maestro alemão Koellreuter. Depois de formado, Santos tornou-se o professor e formou uma nova geração de mestres, como Paulo Moura, Baden Powell, Sergio Mendes e João Donato, para citar alguns.

No início dos anos 60, Moacir Santos compôs algumas das trilhas sonoras do nascente Cinema Novo, como as de Seara Vermelha, Ganga Zumba e Os Fuzis. Em 1967 foi convidado para trabalhar em Hollywood e transferiu-se para Los Angeles, onde viveu, compondo para o cinema, até o fim de seus dias, em 2006, aos 80 anos.

Moacir Santos não tinha dado nome a suas composições, quando foi gravar seu primeiro disco. Ele as chamava de “coisas”. Inspirado na maneira erudita de catalogação musical, tipo sinfonia 125, Opus 3, número 10, resolveu que elas se chamariam a Coisa n.o 1; ou a Coisa n.o 4; Coisa n.o 10 ou Coisa n.o 5 que ficou mais conhecida como Nanã. E assim surgiu seu disco Coisas, de 1965.

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No vídeo a seguir, uma rara apresentação do maestro Moacir Santos, regendo a Banda Savana, na TV Educativa de São Paulo, com sua composição Maracatucutê.

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