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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Lula, político (1975-2020) – Por Sérgio Vaz

Os fins justificam os meios.

Por Sérgio Vaz
Atualizado em 30 jul 2020, 18h53 - Publicado em 2 jun 2020, 12h00

“Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus, porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, e comecem a enxergar, que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises.”

A frase – dita por Luís Inácio Lula da Silva no dia 19 de maio, em um momento em que se sentia confortável, em casa, pois falava em videoconferência à revista Carta Capital, órgão mais que oficial do lulo-petismo – é arrasadora, acachapante, definitiva.

É uma versão específica para o momento daquela máxima de todos os totalitários: os fins justificam os meios.

Para defender a ideologia que ele veio a abraçar, ou, para obter o poder, fingir que abraçava – a do Estado gigante, o Estado mamute, o Estado que tudo provê e que também priva de tudo o que não interessa a ele, o Estado à la União das Repúblicas Socialistas Soviéticas –, Lula demonstrou que se lixava para todos os mortos e os doentes pelo coronavírus.

Naquele dia 19/5, já eram, segundo a contagem oficial, 17.971 brasileiros mortos, e 271.628 infectados. Mais de dez vezes o número de mortos do Titanic. Mas que raios importam quase 18 mil vidas de brasileiros, diante da importância da defesa da ideologia do Estado forte?

No dia seguinte, a quarta-feira, 20/5, quando já eram 18.859 mortos e 291.579 infectados, Lula pediu desculpas. Não poderia dizer que havia sido mal interpretado pela imprensa independente que passou todo o seu tempo na Presidência da República xingando, porque as palavras estavam gravadas, filmadas – não tinha jeito de negar. Pediu desculpas dizendo que utilizou “uma frase totalmente infeliz, uma frase que não cabia”.

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Mais esperto, mais safo, com mais jogo de corpo que seu irmão siamês Jair Bolsonaro, derramou-se nas desculpas: – “Se alguma pessoa ficou ofendida, se algum dos 210 milhões de brasileiros ficaram ofendidos, todo mundo sabe que a palavra ‘desculpa’, ela foi feita para a gente utilizar com muita humildade porque eu sou um ser humano movido a coração e eu sei o sofrimento que causa a pandemia, eu sei o sofrimento que causa uma pessoa ver seu parente ser enterrado sem poder sequer acompanhar.”

Ser esperto, safo o suficiente para pedir desculpas não apaga o fato de que falou a frase – a frase arrasadora, acachapante, definitiva.

Com aquela frase, “ainda bem que a natureza criou esse monstro chamado coronavírus”, me parecia que Lula havia puxado a lápide sobre si mesmo.

Como diria o Jorge quando era só Ben, mas que nada.

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Lula, exatamente como seu irmão siamês do outro lado, do lado contrário, onde os extremos da imbecilidade se encontram, voltou à carga. Como Bolsonaro, faz questão de dizer hoje algo ainda mais infame do que disse ontem. E, nesta segunda-feira, 1° de junho, torceu o narizinho para os dois manifestos divulgados nos últimos dias de maio, o do Movimento Estamos Juntos e o dos profissionais de Direito.

O manifesto do #Juntos diz, por exemplo:

“Somos cidadãs, cidadãos, empresas, organizações e instituições brasileiras e fazemos parte da maioria que defende a vida, a liberdade e a democracia.”

“Defendemos uma administração pública reverente à Constituição, audaz no combate à corrupção e à desigualdade, verdadeiramente comprometida com a educação, a segurança e a saúde da população. Defendemos um país mais desenvolvido, mais feliz e mais justo.”

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Diante disso, Lula afastou por um instante a lápide que estava para fechar sua tumba e se pronunciou para a nação: “É preciso que a gente analise todos esses manifestos. Os líderes do partido precisam conversar com os organizadores para saber o que eles querem. Eu li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora.”

Democracia – disse Lula – não interessa à classe trabalhadora. Uma administração pública reverente à Constituição, audaz no combate à corrupção e à desigualdade, verdadeiramente comprometida com a educação, a segurança e a saúde da população.

Lula ficou preso durante 580 dias. Teve tempo de sobra para pensar, avaliar, reavaliar, analisar, reanalisar. Repensar.

Ao sair, estava com namorada nova – nova nos dois sentidos, recente e jovem. Poderia ter ido cuidar da vida junto com a namorada nova. Dar atenção aos netos, eses locos bajitos que são a absoluta melhor coisa do mundo.

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Como diria o eterno lulista Chico Buarque, qual o quê.

Optou por ficar por aí, zumbi, morto-vivo, tentando falar imbecilidades ainda mais imbecis do que as que saem como catarata da boca de Jair Bolsonaro.

Por essas frases de hoje – “Eu li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora” –, Bolsonaro ser-lhe-á eternamente grato.

Com essas frases de hoje, Luiz Inácio Lula da Silva definitivamente puxou a lápide sobre a tumba em que se deitou.

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Lacrou.

Ladrão, mentiroso, não descansará em paz no Reino dos Céus.

Como o inferno é o lugar onde vão parar as boas intenções, e ele jamais teve boas intenções na vida, é bem possível que Belzebu não o receba.

Permanecerá pelos séculos e séculos o zumbi em que se tornou depois que ficou absolutamente claro que foi apenas e tão somente uma fraude.

 

 

Sérgio Vaz é jornalista

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