Lula, o leitor
Aproveito o ensejo para pedir ao Lula que insista com sua correligionária Gleisi Hoffmann para que ela se dedique também às artes da leitura
Ler Os Sertões não é para qualquer um, já sabemos. Saber que Lula se dedicou à leitura dessa obra até entusiasma, não é não? Como é natural, ele, neófito em literatura, sobretudo na leitura de livros de alta erudição como o livro do grande Euclydes da Cunha, ficou meio atrapalhado. Eu, por exemplo, gostaria de saber quem sugeriu essa leitura ao Lula. Não sei se vou ser injusta, mas penso que quem o fez quis dar uma rasteira no Lula, fazê-lo sentir-se como um dos sertanejos de Canudos. Distraído, o coitadinho do Lula confundiu a história e fez do Antonio Conselheiro uma vítima do oficial Flores da Cunha. Lula atrapalhou-se: Flores da Cunha morreu três meses antes do Conselheiro…
O fato concreto, como gosta de dizer o ex-presidente, é que fiquei feliz ao ver que o Lula se rendeu às delícias da leitura, ao prazer de pegar um bom livro e ler para aprender! Não é por torcer para que ele nunca mais chegue nem perto do Planalto que vou desejar que o pobre coitado tenha uma velhice infeliz. Pelo contrário, além de lhe desejar uma velhice saudável e tranquila, desejo-lhe uma temporada na prisão menos dolorosa e nada como bons livros para que isso possa acontecer.
Aproveito o ensejo para pedir ao Lula que insista com sua correligionária Gleisi Hoffmann para que ela se dedique também às artes da leitura. Desse modo, ela também terá uma vida mais agradável quando for condenada à prisão, de fato, ou domiciliar. Afinal, não vejo como uma senhora que declarou que para cumprir um eventual pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva muitas pessoas teriam que ser presas e outras mortas possa escapar de ser condenada e detida. Ela tentou consertar dizendo que isso foi força de expressão, de tanto que ela e os petistas amam o Lula. Falta leitura à dona Gleisi…
Vem aí o dia 24. As fake news e seus adeptos se agitam espalhando notícias de todo tipo. As redes sociais dizem de tudo um pouco. Pena, fazem mais mal que bem ao país. Sugiro que esperemos calmamente a solução que nossa Justiça trará. As provas falarão. E nós, cidadãos que queremos fortalecer cada vez mais a Justiça, receberemos a sentença com tranquilidade já que tudo que nos importa é um Brasil cada vez mais justo e sólido.
Maria Helena RR de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. www.facebook.com/mhrrs