Texto do dia 06/07/2015
Um partido que condena com veemência a corrupção e que faz o ponto alto do seu discurso o combate que diz travar contra ela, não pode promover uma convenção nacional como fez, ontem, o PSDB e exibir-se na companhia de um dos seus membros acusados de… corrupção.
Por sinal, o mais razoável seria afastar todos aqueles manchados por denúncias, permitindo a sua volta caso fossem depois inocentados.
Enquanto o ex-presidente Fernando Henrique, o governador Geraldo Alckmin e os senadores Aécio Neves e José Serra baixavam o cacete no governo por ser tolerante com a roubalheira, em lugar de destaque no palco da convenção sentava-se o ex-deputado Eduardo Azeredo.
Azeredo é o pivô do mensalão do PSDB mineiro. Com pena de 22 anos de prisão pedida pela Procuradoria Geral da República, renunciou ao mandato de deputado federal para poupar o partido de maior desgaste. Foi acusado de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro.
Ele ouviu quando disse Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara dos Deputados:
— O PSDB quer ver na cadeia esses petistas corruptos que desviaram dinheiro dos nossos bolsos. Temos que manter a oposição combativa até afastar este governo que tanto mal faz ao nosso povo.
Azeredo comportou-se como se não fosse com ele. E, no caso, não era.