
Faz pouco tempo, quando um empresário, seu companheiro de cela na Penitenciária da Papuda, em Brasília, despediu-se dele por que acabara de saber que seria solto depois de dois anos preso, o ex-deputado federal Geddel Vieira Lima (MDB-BA) se emocionou e chorou. E contou-lhe o que jamais havia dito a ninguém.
Os R$ 51 milhões que guardou dentro de malas em um apartamento de Salvador especialmente alugado para isso pertencia ao seu colega Eduardo Cunha (MDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, hoje condenado e preso em Curitiba. Geddel desconfia que o dinheiro pagaria despesas de futuras campanhas do PMDB.
Em breve, Geddel trocará a Papuda por um presídio em Salvador. Está preso desde 2017. Em outubro, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal o condenou a 14 anos e dez meses de prisão em regime fechado, e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), a dez anos e seis meses.
Outro lado
Em nota, Eduardo Cunha afirma que “não tem nenhuma responsabilidade ou vínculo com os valores encontrados no apartamento de Geddel Vieira Lima, rechaça com veemência as acusações levianas proferidas e lamenta que a falta de conteúdo a noticiar leve a situações mentirosas como essa. Afirma também que vai interpelar judicialmente para que a verdade seja prontamente esclarecida”.
Geddel, por meio de sua defesa, afirmou que “manifesta repúdio e consigna a inverdade das matérias” sobre o caso.