
2/12/2015 – Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, aceita pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
17/4/2016 – Por 367 votos contra 137, a Câmara autoriza o processo de impeachment de Dilma.
12/5/2016 – Por 55 votos contra 22, o Senado aprova a abertura de processo contra Dilma. Michel Temer assume o governo.
Foi em março de 2016 que se deu parte do diálogo que segue transcrito entre o empresário Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, enrolado com a Lava Jato, e Romero Jucá, então líder do PMDB no Senado:
Jucá – Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
Machado – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
Jucá – Com o Supremo, com tudo.
Machado – Com tudo, aí parava tudo.
Jucá – É. Delimitava onde está, pronto.
Simbolicamente, pelo menos, a sangria foi estancada com o anúncio feito, ontem, do fim da força-tarefa de procuradores da República que atuava na Lava Jato de Curitiba desde 2014.
A equipe de trabalho foi dissolvida na última segunda-feira pelo Procurador-Geral da República, Augusto Aras, nomeado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro.
O combate à corrupção foi uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro que surfou na onda da Lava Jato para se eleger. Sérgio Moro aposentou-se para servi-lo como ministro da Justiça.
Aras e o governo afirmam que a corrupção continuará a ser combatida. Grande parte do Congresso celebra o fim do sufoco. Com o Supremo, com tudo, o combate foi delimitado.