PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Convém levar Bolsonaro a sério

Quando Bolsonaro tinha 8% das intenções de voto, dizia-se que aquilo era fogo de palha.

Por Hubert Alquéres
Atualizado em 14 mar 2018, 14h00 - Publicado em 14 mar 2018, 14h00

Nem mesmo o mais arguto dos analistas imaginava há um ano atrás que Jair Messias Bolsonaro chegaria em março na condição de pole position nas pesquisas, na hipótese provável de a foto de Lula não estar na urna eletrônica. O senso comum era a decantação natural do candidato da extrema direita, assim que Lula ficasse inelegível pela lei da Ficha Limpa.

Aparentemente havia lógica no raciocínio, pois Lula e Bolsonaro se alimentavam da polarização regressista esquerda-direita. Hoje as pesquisas indicam que havia mais desejo do que realidade nessa análise.

Premonições otimistas vem sendo desmentidas pelos fatos. Quando Bolsonaro tinha 8% das intenções de voto, dizia-se que aquilo era fogo de palha.

Mesmo agora continua sendo subestimado. Dá-se de barato que definhará quando a campanha chegar na fase professional – falarão mais alto as coligações partidárias, tempo de TV e rádio, palanques regionais. No frigir dos ovos, não haveria espaço para um outsider e a eleição seria definida à moda antiga.

Por isso Ciro Gomes enxerga um segundo turno com o governador Geraldo Alckmin. A projeção do PT é de que seja alguém que substitua Lula no embate com Alckmin, opinião compartilhada pelos tucanos. Rodrigo Maia pensa de forma semelhante, só que com ele no lugar do paulista.

Continua após a publicidade

O senso comum do mundo político peca por não levar em consideração movimentações da sociedade. Os menos de dois dígitos que se viam antes da delação da Odebrecht se transformaram em liderança.

O salto abrupto se explica pela migração de parte do eleitorado histórico do PSDB, desencantado com o envolvimento de lideranças tucanas nos escândalos.

A delação da JBS aprofundou esse movimento. Com os principais partidos atolados no lodaçal, Bolsonaro, por mais veterano que seja, passou a ser visto como o novo, o Suplicy da extrema direita, “diferente de tudo que está aí”.

Continua após a publicidade

O deslocamento é visível em São Paulo onde Bolsonaro aparece à frente de Alckmin, segundo o Instituto Paraná. O agronegócio do centro-oeste acompanha essa onda.

A crise de segurança joga a seu favor. Sua resposta autoritária aos anseios da sociedade de ética e ordem capturou segmentos que não se reduzem aos nostálgicos da ditadura e aos fundamentalistas evangélicos.

O peso da bandeira ética aparece com nitidez na pesquisa do Ibope divulgado nesta terça. 82% dos entrevistados consideram importante o candidato não ter envolvimento em qualquer esquema de corrupção.

Continua após a publicidade

Pode não ser um movimento cristalizado. Sua reversão, contudo, só acontecerá se o campo democrático der resposta satisfatória às bandeiras da ética e da ordem.

Bolsonaro não tem, ainda, o passaporte para o segundo turno. Mas sua vida está sendo facilitada por dois fatores: 1) O centro e a esquerda estão atomizados em várias candidaturas. É bom lembrar que em 1989 Lula passou para o segundo turno com 16,08% dos votos. 2) Bolsonaro tem sido poupado porque é o adversário dos sonhos de todos os candidatos numa segunda etapa eleitoral.

A ideia de que será derrotado por qualquer um que for para o segundo turno pode ser mais uma leitura cor de rosa. É melhor não pagar para ver e levá-lo a sério desde já.

Hubert Alquéres é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.