Com Segóvia na Polícia Federal, Temer não precisa de advogado
Pela segunda vez, ele socorre quem o nomeou para o cargo
O inquérito ainda não foi concluído. Uma vez que seja, caberá à Procuradoria Geral da República pedir ou não o seu arquivamento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, não quis nem saber.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Segovia afirmou que não há indícios de que o decreto dos Portos sancionado pelo presidente Michel Temer beneficiou a empresa Rodrimar. Essa é a única investigação que resta contra Temer no STF.
Nomeado para o cargo por recomendação do ex-senador José Sarney, do senador Renan Calheiros e de outros caciques do PMDB de Temer, Segóvia fez mais. Admitiu que poderá ser punido o delegado Cleyber Malta Lopes, o encarregado do inquérito.
Esta é a segunda vez desde que assumiu o cargo em novembro último que Segóvia manda às favas todos os escrúpulos e sal publicamente em defesa de Temer. Antes, ele já criticara o relatório da Polícia Federal que afirmou que Temer era suspeito de ter recebido propina do Grupo J&F.
Espera-se para hoje uma nota da Associação dos Delegados da Polícia Federal a respeito da mais nova tentativa de Segóvia de interferir em investigações para beneficiar Temer.