
Vire e mexe, dia sim e outro também, o presidente Jair Bolsonaro volta a repetir o lenga-lenga de que o Supremo Tribunal Federal o impediu de adotar medidas para combater a pandemia do coronavírus, transferindo tal poder para governadores e prefeitos.
Da vez mais recente, Bolsonaro disse: “Eu tenho um plano”. Não revelou qual. Esclareceu que só não pode implantá-lo porque o Supremo não o deixa. Sob anonimato, um dos 11 ministros do Supremo respondeu em tom de deboche:
– Os brasileiros são seres azarados. Os mortos pela Covid logo somarão 300 mil. Perdem a vida antes de conhecer os talentos ocultos do chefe da nação. Morrem sem saber que é um gênio o presidente do Brasil.
Em seguida, citou trecho de uma nota a respeito divulgada pelo tribunal em 18 de janeiro último:
“Na verdade, o plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões. Ou seja, conforme as decisões [tomadas pelo STF], é responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia.”