Essa gente não aprende nem com a História. Em 1989, Dom Eugênio Sales, cardeal do Rio, pediu e obteve da Justiça a censura ao carro alegórico da Beija-Flor que representaria o Cristo Redentor cercado de mendigos. A criação do carnavalesco Joãozinho Trinta tornou-se famosa.
O carro alegórico da Tuiuti que mostrou o presidente vampiro não precisava da ajuda do governo para ganhar fama. O governo resolveu ajudá-lo assim mesmo pressionando a escola a tirar a faixa presidencial do vampiro no desfile das campeãs do Rio.
A faixa deu lugar a uma gravata. O assunto virou o tema do dia nas redes sociais. E o governo, para variar, apanhou muito, e continuará a apanhar. Bem feito. Quem mandou ressuscitar velhos métodos de tristes e de tenebrosos tempos passados?
Censura não é só o que encontra amparo em leis de exceção. É também o que se manifesta por meio de pressões, sugestões ou apenas conselhos como foi o caso. Pressionada a suprimir a faixa do presidente vampiro, a escola tão cortejada por seu enredo crítico não deveria ter se curvado.