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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

As ruas e a Corte

Gastar dinheiro público com ostentação, seja arquitetônica seja gastronômica é indecente

Por Cristovam Buarque
9 Maio 2019, 11h00 • Atualizado em 30 jul 2020, 19h45
  • Na mesma semana em que o governo federal restringe gastos com as universidades ameaçando o próprio funcionamento destas instituições, o Supremo Tribunal Federal fecha uma compra milionária para fornecimento de comida e bebida, inclusive lagosta e whisky para festas na Corte.

    Só ingenuidade ignoraria que são decisões de instâncias diferentes, o governo federal que restringe gastos por causa dos déficits fiscais não tem culpa nem poder para reverter a decisão dos ministros do Supremo, e só oportunismo eleitoral justificaria enganar ao povo dizendo que a suspensão das lagostas permitiria cobrir os déficits fiscais e atender as necessidades das universidades e beneficiar o Brasil no lugar dos convidados do Supremo.

    Mas os dois fatos mostram um absurdo ético e político. Mesmo que o custo do luxo dos ministros seja insignificante em comparação com as necessidades das universidades, os dois fatos juntos mostram uma falência mais grave do que a fiscal: a falência do Estado no uso dos recursos públicos. Não importa qual dos três poderes vai gastar este dinheiro, ele sai da mesma fonte: os impostos pagos pelo povo brasileiro. Se estão atribuídos a rubricas diferentes, elas podem mudar, tanto quanto é possível fazer contingenciamento na rubrica para a universidade.

    Em qualquer momento, gastar dinheiro público com ostentação, seja arquitetônica seja gastronômica, é indecente, mas em momento de crise fiscal que exige reduzir gastos com educação, além da imoralidade é uma estupidez porque desmoraliza as forças encarregadas de zelar pelo interesse público, tirando delas a legitimidade que necessitam para funcionarem na democracia.

    Há exatamente 230 anos, na França, um governo atravessou situação parecida, faltava pão para o povo e a rainha comia bolo, entendendo que os gastos na Corte nada tinham a ver com os gastos nas ruas. Três anos depois ela foi levada pelas ruas em uma carroça até onde havia uma guilhotina.

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    Felizmente estamos em uma democracia e talvez os três poderes dialoguem para saber se falta ou sobra dinheiro, e se faltar que reduzam o luxo e salvem o ensino.

    Cristovam Buarque é ex-senador 

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