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Arquivo Morto: conexão Rio-Bahia e tiros no capitão em Esplanada

Morte do ex capitão do Bope do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega

Por Vitor Hugo Soares
Atualizado em 30 jul 2020, 19h09 - Publicado em 15 fev 2020, 12h00

Ao divulgar parte da conversa que manteve, no celular, com seu cliente – antes do cerco da polícia em Esplanada, que culminou na morte do ex capitão do Bope do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega, – o advogado Paulo Emílio Catta Pretta agregou explosivos fatores policiais, processuais e políticos ao caso. E fez surgir a suspeita, cada vez mais consolidada, de que foi destruído precioso arquivo ambulante para esclarecimento de casos de relevância e repercussão no combate ao crime organizado, em especial do tipo que envolve grupos milicianos no Brasil. Mais embaralhado e difícil responder, por exemplo: Quem mandou matar Marielle?

Depois deste fiasco, restam dúvidas, suspeitas e polêmicas. Razões que levaram a justiça a impedir a cremação do corpo do “assassinado na Bahia” (a expressão é do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em depoimento na Câmara), até que tudo seja devidamente desvendado. E se faça a luz na estranha e mal explicada “união” de duas forças de segurança estaduais que resultou neste anticlímax de domingo passado, a 170 Km de Salvador, onde o corpo do ex- capitão de tropa de elite fluminense foi fulminado.

Na conversa com o advogado, Adriano sugeriu que a união de forças policiais e políticas, na sua caçada, mais que prendê-lo tinha como finalidade uma “queima de arquivo”. Em seguida, morreu, sozinho, na casa do sítio do vereador Gilson Neto (Gilsinho de Dedé), do PSL, irmão do vice-presidente da Assembléia Legislativa de Bahia, Alex Lima (PSB) e do ex-prefeito de Esplanada, Rodrigo Lima (PTN). O cadáver do ex-capitão é agora assombração para muita gente.

Bolada nos desvãos do Rio, a operação para pegar Adriano Nóbrega foi executada por 70 integrantes do Bope da PM baiana, espécie de talismã de Maurício Barbosa, que comanda a SSP-BA desde o primeiro governo do atual senador do PT, Jaques Wagner. Mais forte e temido, ainda, na atual gestão de Rui Costa, quando passou a acumular suas funções de Chefe de Polícia local, com as de coordenador do Fórum Nacional de Secretários de Segurança Pública, protagonista recentemente, em Brasília, de um dos mais graves desencontros entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro, ao propo r a recriação do Ministério da Segurança, separado da Justiça.

Estudioso das milícias, o sociólogo José Cláudio Souza Alves, autor do livro “Dos Barões ao Extermínio – Uma História da Violência na Baixada Fluminense”, questiona a ação do dia 9, nos antigos domínios coloniais do Barão de Timbó, dos primórdios de Esplanada. Para o professor, uma operação de cerco deve lidar com paciência, dissuasão, não com um confronto direto. “Estamos falando de simples cerco a uma casa no campo. Investiram recursos públicos para desembocar naquilo que é o oposto do desejável. Não dá para falar em operação policial de inteligência, mas sim de estupidez e de ignorância”, Ponto.

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O secretário Maurício Barbosa defende a ação de seus comandados em conexão com a polícia fluminense, mas diante das dúvidas e da pressão, anuncia a entrada da Corregedoria Geral da Polícia para “apurar circunstâncias da morte de Adriano”. O governador do Rio, Witzel, também defende seus agentes, e diz que o resultado na Bahia foi o “esperado e satisfatório”. O governador petista Rui Costa se mantém reticente, mas elogia seu Secretário e homem de inteligência da sua polícia. ..A verdade, o tempo, senhor da razão mostrará. Ou não?

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br 

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