Apressado come cru

Márcio França, vice-governador de São Paulo pelo PSB, parece ter faltado à aula no dia em que o professor ensinou que o maior aliado do político é o tempo, que pode também ser seu maior inimigo. Depende de como se usa o tempo.

A não ser que esteja disposto a romper com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a quem deve o cargo que tem, França só terá alguma chance de suceder a Alckmin e de tentar a reeleição em outubro próximo se se puser de acordo com ele.

Uma vez que Alckmin deixe o governo para disputar a presidência da República, França governará São Paulo até 1º de janeiro de 2019. Concorrer a um novo mandato sem deixar o cargo, só se for abençoado por Alckmin e pelo PSDB.

Sem a benção, e contra um candidato forte do PSDB, o destino de França será a derrota certa. Por isso, o que ele poderá fazer de pior para si mesmo é apressar-se. O pior do pior seria dar a impressão de que está disposto a ir para o tudo ou nada.

Por tudo ou nada, entenda-se assumir o cargo como a lei lhe garante e depois romper com Alckmin às claras ou não. Como de certa forma, em 2006, fez o vice-governador Cláudio Lembo, do PFL, hoje DEM. O fantasma de Lembo assombra Alckmin até hoje.

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