Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

A vida como ela é

Agruras do Brasil

Por Hubert Alquéres
Atualizado em 30 jul 2020, 19h35 - Publicado em 10 jul 2019, 11h01

A mais recente rodada dos dois principais institutos de pesquisa – Datafolha e Ibope – revelaram uma importante mudança na cabeça dos brasileiros e para a qual o mundo político deveria estar atento, a começar pelo presidente da República. Ao contrário das eleições do ano passado, quando seu impacto foi menor, o chamado mundo real com suas questões concretas, como desemprego e serviços públicos de baixíssima qualidade, passam a ser o centro das preocupações das pessoas.

A rigor sempre foi assim. A chamada vida real nunca deixou de ser determinante tanto para a aprovação ou rejeição dos governos como para o voto dos eleitores. Quando a economia ia bem, disseminava-se na maioria da população uma sensação de bem estar. O inverso era verdadeiro. Quando ia mal, gerava uma onda de insegurança e medo em relação ao seu futuro.

A eleição de Jair Bolsonaro foi uma exceção. Pesou menos a vida real e mais a chamada crise moral e ética, bem como o cansaço com os governos lulopetistas responsáveis pela maior crise econômica e social da história do país.

A inflexão detectada nas pesquisas se explica pela resiliência de uma crise econômica e social que não dá sinais de refluir, pois as estimativas para 2020 tampouco são animadoras. No próximo ano, o Brasil completará mais uma década perdida, com um crescimento médio do PIB de 0,9%, praticamente igual à média anual do crescimento populacional que é de 0,8%.

Só para se ter ideia da proporção da atual estagnação da economia, esta média é a pior dos últimos 120 anos, inferior até à chamada década perdida dos anos 80, quando o PIB, em média, se expandiu 1,6% ao ano. E não há expectativa de melhoria no curto prazo, posto que o índice de investimentos também é o menor em doze décadas.

Continua após a publicidade

O quadro dantesco inclui 13 milhões de desempregados, cinco milhões de desalentados e dez milhões de subutilizados no mercado de trabalho. Ou seja, 25% da população economicamente ativa do país.

Ao mesmo tempo, os serviços públicos deterioraram-se profundamente nesta década, com a expansão dos gastos públicos voltados, principalmente, para fazer frente às despesas correntes do setor público.

Os gastos públicos hoje estão para a população assim como a inflação esteve nos anos perdidos da década de 80. É ele o dragão a ser vencido. O brasileiro começa a ter essa percepção, o que explica o dado do Datafolha segundo o qual já há uma maioria da população favorável à Reforma da Previdência.

Continua após a publicidade

O governo Bolsonaro não criou esse quadro e tem o mérito de dar continuidade às reformas iniciadas por Michel Temer, entre elas a Reforma da Previdência. Mas isso não serve de alívio. Quanto mais o tempo passa, mas a fatura cairá sobre seus ombros. E mais serão exigidas soluções concretas para os reais problemas que afligem a população, entre eles a Educação.

No início deste século, pesquisas educacionais indicavam a satisfação dos brasileiros com a Educação porque seus filhos frequentavam alguma escola em vez de estarem nas ruas, também recebiam uniforme e alimentação. Hoje o Ibope e o Datafolha apontam claramente que para os mais pobres não basta apenas colocar a criança na escola.

As famílias e os jovens hoje querem uma Educação de qualidade que faça a diferença para sua ascensão social. Convenhamos, até agora o mais rotundo fracasso do atual governo foi na área educacional, daí seu desempenho ser tão mal avaliado, nessa área.

Continua após a publicidade

Por sua vez, a Reforma da Previdência é condição necessária, mas insuficiente, para alavancar a economia. Além da continuidade da agenda reformista, se faz necessária outra agenda, focada na geração de emprego, de renda e na melhoria dos serviços públicos.

Já a agenda ideológica do governo atende a um terço do eleitorado. Este lhe permanece fiel e não por coincidência é formado em boa parte por quem tem maior poder aquisitivo.

Quanto mais o governo gastar energia com esta agenda ideológica mais desagradará à maioria da população que sofre as agruras da vida como ela é.

Hubert Alquéres é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.