A primeira incursão de Augusto Aras no Senado à caça de votos para ser nomeado Procurador-Geral da República foi para lá de bem-sucedida. Nem tanto porque ali ninguém parece disposto a entrar em conflito com o homem que terá o poder de engavetar processos e de oferecer denúncias, mas pelo que Aras falou.
Foi pura música de bom gosto e com efeito relaxante aos ouvidos dos senadores. Aras prometeu que o combate à corrupção não será interrompido, mas criticou eventuais abusos cometidos por juízes e procuradores da Lava Jato. Foi o que bastou para amealhar de saída algumas dezenas de votos.
Nem o PT oferecerá sincera resistência à aprovação do seu nome. Fará mais jogo de cena. O senador Jaques Wagner (PT-BA), amigo de Aras enquanto governou seu Estado, já avisou a colegas indecisos que não foi amigo dele, nem é. Por sua vez, Aras disse que só se encontrou com Wagner três ou quatro vezes, se tanto.