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A intolerância

Tolerar não é uma concessão do temperamento humano, mas o reconhecimento e o respeito ao outro.

Por Gustavo Krause
Atualizado em 30 jul 2020, 20h18 - Publicado em 30 set 2018, 15h17

É o ar tóxico que emana da atmosfera política. A intolerância é o fracasso da linguagem que não mais se exprime pela palavra e, sim, pela violência. Trata-se de uma patologia social cuja origem é a negação do outro e, se dissemina, sutil e ostensivamente, pelo corpo da sociedade. Não é apanágio de um sistema. É o próprio sistema que, quando se torna categórico, afirma Umberto Ecco, “é tarde demais para vencê-la, e os que deveriam domesticá-la (os intelectuais) já se tornaram suas vítimas”.

Nos mais prosaicos acontecimentos do cotidiano, mesa de bar, almoços dominicais das famílias, o tema político leva à exaltação de ânimos que coloca em risco sólidos laços de amizade. A intolerância dita as regras ou, a ausência de regras, tão velha que é quanto a aversão entre dessemelhantes. Não faltam céticos que duvidem da tolerância como virtude a ser ensinada.

Tolerar não é uma concessão do temperamento humano, mas o reconhecimento e o respeito ao outro. O tolerante se constrói. Quem não aprende a ver o mundo com os olhos do outro, afinal, ver apenas a si mesmo. Somente, a solidariedade humana pode ressecar o solo que produz intolerância.

Por sua vez, a coesão social é tecida quando a organização política das nações se sustenta nos ombros da cidadania ativa e nas regras do Estado Democrático de Direito.

E isto nós temos. O povo brasileiro conquistou a democracia e construiu instituições que, a despeito das dificuldades, têm assegurado a prevalência dos valores republicanos frente aos vícios de uma jovem cultura política, jovem, porém resistente aos radicalismos, fermento propício para organizar o campo político em torno do ódio. Como caráter adquirido, a tolerância, amálgama do sistema democrático, não cederá à ignorância dos fanáticos.

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A história ensina: democracias criam zonas de paz entre os povos e harmonia social entre as pessoas. A partir de 1815, eis os números de guerras entre democracias e não-democracias: 159; não-democracias contra não-democracias: 198; democracias contra democracias: zero.

Vale registrar que as tiranias dos três grandes impérios, URSS, China comunista e Alemanha nazista assassinaram, respectivamente 62, 35 e 21 milhões de pessoas em situação não-beligerante.

O eleitor brasileiro aprendeu a lição: escolhas geram consequências. Que, no dia 7, o voto considere a paz, a solidariedade, o respeito a uma ética pluralista, elementos constitutivos de um patrimônio a ser preservado, agora e sempre, por cidadãos livres e responsáveis.

Gustavo Krause é ex-ministro da economia

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