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A folia de Cristiane Brasil e o declínio das democracias

No barco da folia da filha do esquentado Roberto Jefferson, a música que será entoada: “É com essa que eu vou sambar até cair no chão"

Por Vitor Hugo Soares
Atualizado em 10 fev 2018, 16h00 - Publicado em 10 fev 2018, 16h00

Lá vem o governo do PMDB, chefiado por Michel Temer, descendo a ladeira neste carnaval de 2018. Desce abraçado a dois “pepinos” sem tamanho: a insistência meio suicida de dar posse à deputada do PTB, Cristiane Brasil, ao relento da desmoralização pública há mais de um mês, nomeada ministra do Trabalho (sem tomar posse); e o propósito de aprovar logo e a qualquer custo – político e moral -, a mambembe Reforma da Previdência.

Neste embalo, a música tema preferida nos desvãos palacianos, em Brasília, não é “Lá vem o Brasil descendo a ladeira”, sucesso dos Novos Baianos, nos Anos 70. A escolha recaiu em outro samba antológico: “É com esse que eu vou”. Cantado com as devidas adaptações de gênero na letra original de Pedro Caetano, sucesso imortalizado pelo conjunto vocal “Quatro Ases e um Coringa”, em 1948.

No barco da folia da filha do esquentado Roberto Jefferson, a música será entoada em versão do ministro Carlos Marun: “É com essa que eu vou sambar até cair no chão/ é com essa que eu vou desabafar na multidão,/ se ninguém se animar eu vou quebrar meu tamborim,/ mas se a turma gostar, vai ser assim. É com essa que eu vou…”… E capricho na segunda estrofe: “Quero ver o ronca ronca da cuíca/ gente pobre e gente rica/ deputado e senador./ Ô quebra, quebra, quero ver cabrocha boa/ no piano da patroa, dizendo: É com essa que eu vou!”. Vale a pena seguiro desfile deste bloco, para ver onde vai dar.

No resto do espaço, quero comentar um assunto de interesse global. O Índice de Democracia, ranking do diário britânico “The Economist”, divulgado semana passada em sua décima edição, que aponta para um lastimável e preocupante estágio de declínio das democracias no mundo. O impacto maior começa com a constatação de que os Estados Unidos deixaram de ser uma “democracia plena”, segundo os parâmetros básicos do levantamento feito pela Unidade de Inteligência Econômica do jornal. O país comandado por Donald Trump passou a ser considerado uma “democracia com problemas”, e não só por causa do seu problemático governo atual.

De acordo com o novo ranking (pode ser consultado por completo no endereço do The Economist na WEB), praticamente a metade dos países do mundo podem ser considerados democracias de algum tipo, mas o número de “democracias plenas” desceu de 20, em 2015, para 19, em 2016. Os Estados Unidos decaíram, do estágio referencial no planeta, para a posição atual, devido a uma crescente erosão da confiança no Governo, “como aqueles países que têm eleições livres, mas também uma governança débil, uma cultura política subdesenvolvida e baixos níveis de participação política”.

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Nesta edição do ranking, a Noruega segue como campeã absoluta no rol honroso das “democracias completas”. Na América Latina só o Uruguai se destaca como a única democracia plena no continente, frente a 16 “democracias frágeis” (o Brasil (51º) entre elas), cinco regimes híbridos e dois regimes autoritários. Os problemas de corrupção, crime organizado, insegurança e baixa confiabilidade no governo são causas principais na queda de pontuação no continente. Nem o Chile escapa da queda. Mas o espaço acabou. Só resta desejar melhoras gerais no ranking que vem e fazer um brinde aos uruguaios, felizes habitantes da única democracia plena da América do Sul. TimTim!!!

Bom Carnaval!

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitor_soares1@terra.com.br 

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