Digital Completo: Assine a partir de R$ 9,90
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

A era da discórdia (por Gaudêncio Torquato)

Os danos gerados pela pandemia infelizmente chegam aos campos econômico, político e social

Por Gaudêncio Torquato
13 dez 2020, 11h00

Este dezembro de 2020 será registrado como um dos mais conflituosos da história. O impacto da pandemia deixará profundas marcas nas formas tradicionais de trabalho, nos sistemas operacionais, além de abrir uma nova visão sobre o próprio mundo. PIBs nacionais despencarão, a partir da China, com um atraso civilizatório que carecerá de décadas para sua recuperação.

Apesar de todo progresso científico, a se constatar no aumento da expectativa de vida dos cidadãos, na descoberta de novos tratamentos das enfermidades e na melhoria da condição alimentar, o planeta ainda se vê ameaçado por vírus (mutantes) e perigosas bactérias que matam milhões de pessoas.

Para se ter uma ideia, em 1900 a expectativa de vida no Brasil era de 33,7 anos. Saltou para 76 anos em pouco mais de 11 décadas. No entanto, o país está perto dos 200 mil mortos em menos um ano, vítimas de um vírus capaz de voltar a atacar indivíduos que dele já haviam se livrado.

Os danos gerados pela pandemia infelizmente chegam aos campos econômico, político e social. Na economia, o impacto atinge setores básicos da economia e empobrece países e populações. A par disso, o vírus penetra na política, abre fissuras e traz ódio, estimulando o descrédito em instituições até de caráter científico.

O mundo pandêmico inaugura a era do rancor e a politiquice se infiltra no sagrado recanto da ciência. Aqui, basta ver as declarações estapafúrdias e mirabolantes de governantes e outros protagonistas, rompendo a moral e a ética para conquistar o poder.

Continua após a publicidade

Pensávamos que o mundo já havia completado seus ciclos de deterioração e miséria. A Revolução Industrial do século XVIII trouxe a máquina a vapor e outros avanços e consolidou a formação do capitalismo. Mas nos horizontes de progresso, os ciclos da mortandade não cessaram.

Cinquenta anos antes do início da I Guerra Mundial, em 1918, quando morreram 17 milhões de soldados e civis, um conflito ainda mais sangrento, a rebelião de Taiping na China, durou 14 anos e matou cerca de 30 milhões. De 1939 a 1945, a II Guerra Mundial provocou a morte de mais de 70 milhões de pessoas. A violência reparte-se em conflitos étnicos, guerras de fronteiras, lutas religiosas, muitas movidas pelo fundamentalismo apaixonado.

Monarquias foram resumidas, ditaduras e tiranias ainda resistem, aristocracias praticamente deixaram de existir. Mas a democracia, bandeira de igualdade e liberdade, se encheu dos lixos da corrupção e da demagogia. O estado de convivência harmoniosa e solidária tão prometido pela democracia hoje sobrevive em apenas pequenos pedaços do planeta, especialmente no norte da Europa.

Continua após a publicidade

Fato é que a democracia não expurgou as oligarquias, não combateu a criminalidade nem eliminou a corrupção ou educou o povo nos moldes exigidos pela cidadania.

Essa teia infernal de mazelas funciona como um dique para as crises. Por isso mesmo, a pandemia no nosso país não é administrada com os instrumentos e cuidados necessários nem com a ética que deve separar política e ciência.

Triste é constatar que algumas figuras maléficas, na calada da noite, correm para apagar até a luz do fim do túnel.

Continua após a publicidade

 

Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e analista político

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.