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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

A dura vida do general Augusto Heleno

Ministro se queixa do valor de sua aposentadoria

Por Ricardo Noblat
11 jul 2019, 08h00 • Atualizado em 30 jul 2020, 19h35
  • A poucas horas do início da votação do texto-base da reforma da Previdência que tornará a vida dos aposentados ainda mais dura, na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, convidado a depor sobre o sargento traficante de drogas preso na Espanha com 39 quilos de cocaína, Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, reclamava do baixo salário que recebe um general aposentado como ele.

    O salário líquido de Heleno é de R$ 19 mil por mês. Quase 70 milhões de brasileiros sobrevivem com um salário mínimo mensal. O valor do salário mínimo era para ser de R$ 1.006,00. Estava previsto no Orçamento deste ano autorizado pelo Congresso. Mas foi reduzido para R$ 998,00 em um dos primeiros decretos assinado pelo presidente Jair Bolsonaro tão logo tomou posse. Era preciso fazer economia, alegou-se à época. Dai a subtração de R$ 8 reais.

    Arredonde-se o valor do salário mínimo para R$ 1 mil só para efeito de cálculo. Pois bem: o que o general ganha líquido por mês equivale ao que ganham bruto 19 brasileiros. No caso de Heleno, ele ainda ganha mais R$ 30 mil por mês como ministro de Estado, e tem direito a casa paga pelo governo, carro com motorista, gasolina, assistência médica, secretários, jatinho da FAB à disposição e comida de graça se almoçar no Palácio do Planalto.

    Metade dos brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tem, em média, a renda mensal 19,5% abaixo do salário mínimo. Isso é possível pelo número de pessoas que trabalham de maneira informal ou por conta própria. Em 2017, 10% dos brasileiros concentravam 43% de toda a renda média mensal do país – e Heleno estava entre eles. Enquanto isso, os 10% na faixa de menor renda concentravam apenas 0,7% da renda média mensal.

    Mas para Heleno, é “uma vergonha” que, como general, receba tão pouco. “Eu tenho vergonha do que eu recebo no Exército, isso eu tenho vergonha. Mostrar para o meu filho que eu sou general do Exército e ganho, líquido, R$ 19 mil, eu tenho vergonha”, repetiu Heleno diante de deputados que não ousaram contestá-lo – entre eles, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão.

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    Heleno evitou revelar quanto ganhou de 2011 a 2017 como diretor do Instituto Olímpico e do departamento de Comunicação e Educação Corporativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Seu salário, ali, foi de aproximadamente R$ 55 mil. Heleno deixou o cargo por causa da crise criada com a prisão do presidente do COB, Arthr Nuzman, suspeito de corrupção. “Eu ganhava [no COB] honestamente”, declarou o general. Ninguém duvida disso.

    Em dúvida, apenas, se ele tem razão para se queixar do valor de sua aposentadoria em um país com uma quantidade tão grande de pobres e com uma concentração de renda tão perversa. Em 2018, 10% dos brasileiros mais ricos ganhavam cerca de 18 vezes mais que os 40% mais pobres. Enquanto o rendimento médio mensal dos mais ricos em 2017 foi de R$ 6.629, para os mais pobres foi de miseráveis R$ 376. A situação só fez piorar desde então.

    Vida longa e confortável ao general Augusto Heleno, é o que se deseja.

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