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A carreira marcante e curta de Lee Morgan

Música

Por Flávio de Mattos
Atualizado em 30 jul 2020, 19h51 - Publicado em 29 mar 2019, 12h00

O pequeno Slug’s Saloon, no East Village de Nova York estava lotado naquele sábado gelado de 19 de fevereiro de 1972. A atração da noite era o trompetista Lee Morgan, a grande sensação do jazz, naquele momento. No intervalo do show, sua mulher Helen Morgan chega para assisti-lo tocar. Encontra Lee Morgan, na mesa dos músicos, com outra mulher. Os dois discutem, ela saca um revolver da bolsa e lhe dá um tiro no peito.

Lee Morgan havia começado sua carreira profissional aos 15 de idade. Nascido na Filadélfia, em 1938, ele foi aluno de Clifford Brown. Participou de workshops com Miles Davis e Dizzy Gillespie, que se tornaram outras de suas influências. Em 1956, com 18 anos, Morgan passou a integrar a Big Band de Dizzy Gillespie e, também, gravou seu primeiro disco solo para o selo Blue Note, Indeed.

Nesse mesmo ano de 1958, Lee Morgan ingressou no grupo de Art Blakey Jazz Messengers. Ali ele desenvolveu seu talento de solista e de compositor. No álbum Monin’ (1958), um dos grandes sucessos do grupo,  o trompete de Lee Morgan se destaca no solo da balada Along Came Betty. Foi também por essa época que Lee Morgan se iniciou na heroína.

O vício virou um problema na vida do trompetista. Acostumado à elegância, Lee Morgan passou a andar desleixado, gastava todo seu dinheiro em drogas. Começou a faltar aos ensaios e shows. Foi expulso do Jazz Messengers, em 1961. Ninguém mais queria contratá-lo, porque não havia garantia de que Morgan apareceria para tocar.

Estava no fundo do poço quando conheceu Helen. Ela era amiga de muitos músicos e sempre os recebia para jantar, em sua casa. Lee Morgan apareceu por lá em um dia de inverno. Estava sem casaco e sem o trompete. Ele os havia empenhado, para comprar drogas.

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Helen, bem mais velha, ficou com pena daquele quase menino e resolveu cuidar dele. Abrigou Lee em sua casa, ajudou-o a tratar-se e a recuperar-se fisicamente. Morgan levou dois anos longe dos palcos e dos estúdios, até conseguir ser firmar novamente. Casaram-se e Helen passou a cuidar de sua agenda, garantir sua presença nos shows. Recuperado, em 1963 Lee Morgan gravou o primeiro disco da nova fase, The Sidewinder, referência em sua carreira.

De volta à primeira linha do jazz, Morgan era uma estrela naquele ano de 1972. Sua relação com Helen, contudo, já não era tão boa. Ela desconfiava que ele teria outra, mas encontrar os dois no Slug’s, ela não esperava. O tiro não teria sido fatal se Morgan fosse socorrido rápido. Por causa da neve, a ambulância levou mais de uma hora para chegar e o músico não resistiu. Lee Morgan tinha apenas 33 anos.

No vídeo a seguir, podemos ouvir Lee Morgan no grupo Jazz Messenger, com Art Blakey, na bateria, no tema I Remember Clifford. A composição é de Benny Golson, que está no sax tenor, em homenagem ao seu amigo Clifford Brown.

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Flávio de Mattos é jornalista e escreve aqui sobre jazz a cada 15 dias. Dirigiu a Rádio Senado. Produz o programa Improviso – O Jazz do Brasil, que pode ser acessado no endereço: senado.leg.br/radio 

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