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Murillo de Aragão

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A nova geografia do voto

Uma massa de descrentes deverá decidir a disputa em 2026

Por Murillo de Aragão 21 nov 2025, 06h00

A política brasileira vive um deslocamento na estrutura do eleitorado. Estudo da More in Common com o instituto Quaest, feito com 10 000 pessoas, publicado aqui mesmo em VEJA, desmonta a ideia de um país dividido apenas entre lulistas e bolsonaristas e revela um cenário mais complexo, hoje potencialmente favorável ao centro e à direita.

Na pesquisa, a população é dividida em seis segmentos; em blocos amplos, 19% formam o campo progressista, 27% o conservador e 54% compõem a maioria “invisível”, distante da polarização e ausente do debate público.

O dado decisivo está na maioria silenciosa. Os considerados Desengajados e Cautelosos, que somam 54%, formam uma maioria não engajada , rejeitam Lula, Bolsonaro e a polarização. Não formam um centro ideológico clássico, mas um centro emocional e pragmático, preocupado com emprego, saúde, segurança e custo de vida. É essa massa de descrentes que deve decidir a eleição de 2026.

A principal vantagem identificada da direita decorre da mudança na agenda pública. Em 2025, a violência aparece como maior preocupação nacional, à frente de temas sociais, economia, corrupção, saúde e educação. Historicamente, segurança pública é terreno em que a esquerda tem dificuldades discursivas, enquanto a direita associa o tema à autoridade e ao controle. Pesquisas recentes mostram maioria aprovando políticas de linha ­dura nas polícias estaduais.

A tradicional narrativa social da esquerda ainda tem impacto . Mas fração do eleitorado já incorporou os programas sociais como parte de sua vida. Não são novidade e passaram a ser vistos como obrigação do governo, reduzindo o poder de mobilização da esquerda nessa frente.

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“O progressismo visível e influente no meio acadêmico está desconectado da maioria do eleitorado”

A pesquisa revela outra potencial vantagem para a direita que é o isolamento social do progressismo militante: grupo de alta renda e escolaridade, pouco religioso, cujas posições sobre segurança, costumes e punição divergem do restante da sociedade. Enquanto a maioria defende endurecimento penal contra a criminalidade, entre progressistas essa posição é minoritária. O resultado é um progressismo visível e influente no meio acadêmico, mas socialmente desconectado da maioria do eleitorado.

Dessa forma, a direita entra em 2026 com um raro alinhamento entre demanda social — segurança, ordem e valores conservadores moderados — e oferta política. Se o campo conservador apresentar um nome limpo, pragmático e não radicalizado, capaz de dialogar com a maioria invisível sem extremismos, poderá construir uma candidatura competitiva já no primeiro turno.

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As condições estruturais estão dadas: eleitor exausto da polarização, agenda dominada por tema favorável à direita, esquerda frágil em segurança e progressismo encastelado em bolha de alta renda. A questão não é se a direita pode vencer em 2026, mas se conseguirá transformar essa vantagem em vitória — ou se repetirá o erro de 2022 ao afastar o centro cauteloso disponível para ser conquistado.

Publicado em VEJA de 21 de novembro de 2025, edição nº 2971

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