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Um estuprador em penitenciária feminina? Isso é apenas parte da loucura

O governo da Escócia recua diante das reações negativas a um caso insano de "justiça de gênero" feito à custa de mulheres

Por Vilma Gryzinski 30 jan 2023, 08h03

Isla Bryson usa unhas artificiais bem compridas, peruca loira escondendo as tatuagens faciais à la Mike Tyson e leggings agarradas mostrando os contornos do pênis que continua a ter depois de abandonar o nome – e, oficialmente, a identidade – da época em que era um homem chamado Adam Graham.

O princípio de que cada um vive como quer, e tem pleno direito às suas escolhas, não vale no caso do indivíduo envolvido. Há indícios bastante consideráveis de que Isla/Adam fez a transição, depois de ser condenado por dois estupros, com o objetivo de cumprir pena nas condições bem mais favoráveis de uma penitenciária feminina.

Entre eles, as declarações da mulher com quem continua a ser casado no papel, Shonna Graham. “Ele nunca disse nada sobre ter nascido no corpo errado”, especificou ela. “Eu tenho muita simpatia por transgêneros de verdade, mas ele está apenas enganando as autoridades”.

“Entendo muito bem que ele não quer ficar preso com grandalhões de dar medo, então inventou essa trama para cumprir uma sentença mais fácil”.

O caso do estuprador que virou mulher provocou uma crise política no governo da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon. Ela apoiou enfaticamente uma nova legislação facilitando a mudança de gênero mesmo no meio dos processos por violência sexual contra homens biológicos que passam a se declarar mulheres.

A primeira-ministra acabou reconhecendo o tamanho da encrenca e recuou. Isla/Adam acabou transferido da penitenciária de Cornton Vale e agora está cumprindo pena numa ala especial que o isola da população carcerária masculina.

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Em seguida, suspendeu todas as transferências em estudo de homens condenados por atos de violência contra mulheres que “mudam” de gênero e, amparados na lei, querem ser reclusos em penitenciárias femininas.

Antes da reviravolta, a escritora J.K. Rowling ironizou a primeira-ministra, escrevendo uma legenda imaginária para uma foto em que Nicola Sturgeon aparece do lado de uma menina: “Você concorda que um condenado por dois estupros que decidiu que era mulher depois de comparecer a uma audiência perante um juiz está no devido lugar numa penitenciária feminina ou você é apenas uma preconceituosa de extrema direita?”.

O xingamento virou lugar comum nas redes da criadora de Harry Potter depois que ela, pioneiramente, se insurgiu com a abertura de espaços específicos, como abrigos para vítimas de violência doméstica e penitenciárias femininas, a homens biológicos que decidem se tornar mulheres.

Esta é uma circunstância muito excepcional e envolve a suspeita de que há homens dispostos a se declarar transgêneros somente com o objetivo de tirar vantagem, inclusive através do acesso a mulheres com quem podem manter relações sexuais consensuais ou forçadas.

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Em princípio, não tem nada a ver com as garantias aos direitos dos transgêneros, mas é claro que a questão fica embolada e muitas pessoas acham, equivocadamente, que posições como as defendidas por J.K. Rowling são produto de preconceito.

Mesmo quem concorda com a livre identificação de gênero, sem mudanças químicas ou cirúrgicas, fica em dúvida quando vê um caso como o de Katie Dolatowski. Quando era um homenzarrão de 1,95 metro, ela/ele foi condenada por pedofilia: havia agarrado uma menina de dez anos no banheiro de um supermercado e mandado que ela tirasse a calça comprida. Em circunstâncias similares, tinha filmado uma menina de doze anos por cima da divisória da cabine de um banheiro feminino.

Foi cumprir pena na mesma penitenciária feminina do caso Isla/Adam, provocando algumas manifestações de protesto.

O nobre objetivo de incluir os diferentes pode abrir caminho a abusadores que manipulam as regras a seu favor e até casos inacreditáveis como o da pessoa que já foi chamada Daniel Eastwood. Condenado por infração grave de tráfego, ele estrangulou um colega de cela com um cadarço de sapato e pegou mais 15 anos de cadeia.

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Enquanto isso, declarou-se mulher e passou a se chamar Sophie. Continua a cumprir pena numa penitenciária masculina, onde agora exige tratamento especial: diz que se identifica como bebê, pede fraldas, comida pastosa e chupeta. Quer que os guardas a levem pela mão quando deixa a cela.

Parece história inventada, mas é a realidade da Escócia, o “país mais politicamente correto do mundo”, descrita pelo Telegraph como um lugar “onde será possível mudar de gênero sem um diagnóstico médico, os estudantes de classe média foram praticamente banidos das melhores universidades e a carne é considerada um mal a ser riscado dos cardápios de todas as instituições públicas”.

Enquanto corria seu processo por estupro, Isla/Adam se inscreveu num curso para cabeleireiras e esteticistas (com outro nome, Annie Bryson) onde as alunas eram chamadas de “homofóbicas” se contestavam o seu comportamento. Duas delas ficaram praticamente despidas para uma aula de bronzeamento artificial. “Eu me senti violada”, disse Rachel Ferguson sobre o fato de que só depois as alunas ficaram sabendo que a “colega” era acusada de estupro.

Dos doze condenados transferidos para penitenciárias femininas na Escócia, antes que a primeira-ministra se visse obrigada a congelar o processo, 40% cometeram atos variados de violência contra mulheres. Apenas um se submeteu a tratamentos médicos para consolidar a mudança de gênero.

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“Onde está o bom senso?”, apelou uma especialista da ONU em tortura e tratamentos degradantes, Alice Edwards, quando veio à tona que outro aparentemente falso transgênero, Tiffany Scott, ex-Andrew Burns, com um histórico de agressões, condenado por perseguir uma menina de treze anos, ia ser transferido para uma penitenciária onde dividiria espaços abertos para banho, entre outros, com mulheres.

Bom senso parece ser uma mercadoria escassa no momento.

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