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Ucrânia ainda não está perdida: grandes baixas russas e mísseis americanos

O urso acuado fica mais perigoso diante de recorde de 1 270 baixas em um dia e o uso de armas americanas em território russo

Por Vilma Gryzinski 4 jun 2024, 07h54

A enorme superioridade russa em material humano e bélico, além da capacidade de aprender com erros anteriores, é considerada por um grande número de especialistas como o fator que está definindo a guerra da Ucrânia em favor de Moscou.

Exceto pelo fato de que os ucranianos continuam vivos e, agora, recebendo de novo armamentos americanos que ficaram suspensos. Também receberam autorização do presidente Joe Biden para usar, em circunstâncias bem específicas e limitadas, armas fornecidas pelos Estados Unidos contra alvos em território russo.

Por causa dessa autorização, mísseis do tipo Himars, transportados em caminhões especiais, favorecendo a extrema mobilidade – chegam, atiram e vão embora antes que o adversário tenha tempo de localizá-los para responder – foram usados pela primeira vez contra defesas aéreas russas em Belgorod. Há fotos comprovando o estrago causado, num ataque no domingo.

É claro que os russos ficam apopléticos com isso e disparam todo tipo de ameaças. Haverá “consequências fatais” para os Estados Unidos, disse o vice-chanceler Serguei Ryabkov..

A autorização de Biden foi dada na quinta-feira passada, levando o ex-presidente Dmitri Medvedev, reduzido a um porta-voz de bravatas desatinadas, correu para dizer que seria um “erro fatal” e um casus belli, uma justificativa para a guerra.

NOVA OFENSIVA

O teatro das ameaças destemperadas já é conhecido – o que não o torna menos perigoso. Surpresas no campo de batalha são parte inerente da guerra e pode acontecer algo desestabilizador, como um grande número de baixas causadas em território russo por esses armamentos.

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No geral, as ameaças têm por objetivo dar argumentos aos influenciadores, de esquerda e, principalmente, de direita, que contraditoriamente são contra a ajuda à Ucrânia. “Guerra nuclear” é o suficiente para intimidar, com razão, muita gente.

Num ato sórdido, três suspeitos de receberem um dinheirinho da Rússia deixaram cinco caixões em frente a Torre Eiffel, com faixas dizendo: “Soldado francês da Ucrânia” – uma referência a hipótese levantada por Emmanuel Macron de enviar forças ao país invadido.

A corja de Vladimir Putin não está sendo exatamente sutil.

Irão as armas americanas influenciar o rumo da guerra? Na opinião de vários analistas, é muito pouco e muito tarde. Nem o alto número de baixas da atual e mais agressiva fase da guerra altera o equilíbrio de forças. Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, a Rússia sofreu nada menos que 1 270 baixas – feridos e mortos – entre domingo e segunda-feira, o número mais alto em um único dia de toda a guerra. Também perdeu catorze tanques, 22 blindados de transporte e 47 peças de artilharia.

Todos os participantes de guerras inflam os números em favor próprio, mas o Ministério da Defesa do Reino Unido confirma uma média de 1 200 baixas russas por dia ao longo do mês de maio, com a nova ofensiva russa na região da cidade de Kharkiv. Os ucranianos dizem que “estabilizaram” a ofensiva, depois de perder territórios importantes.

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CONFERÊNCIA SABOTADA

A autorização de Biden ao uso de armas americanas em território russo, no caso de perigo imediato para forças ucranianas, foi em reação a essa ofensiva.

A Rússia já mostrou que pode absorver perder enormes e está na posição de superioridade – razão pela qual Volodymyr Zelensky passou a propor uma conferência de paz na Suíça, de 15 a 17 desse mês.

“A Rússia está tentando sabotar a conferência de paz”, disse Zelensky, numa aparição surpresa em Singapura. “Está ameaçando muito países com o bloqueio de produtos agrícolas e produtos químicos. Está forçando muito países a não comparecer à conferência”.

É verdade. A conferência, sem a participação russa, é vista com enorme má vontade pelos aliados declarados e não declarados de Moscou.

O presidente brasileiro, por exemplo, não irá, apesar dos muitos pedidos da Suíça. O Itamaraty “não vê sentido”. Será que alguém viu aquele Nobel da Paz voando pela janela?

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