Trump salva o mundo de si mesmo: é a economia, estúpidos
Em vez de apoiar acordo com falsa solução para problemas ambientais, presidente escolhe salvar empregos nos Estados Unidos - e o capitalismo

Por que todos os países do mundo assinaram o acordo de Paris sobre o aquecimento global? São várias as respostas.
Primeiro, porque a maioria não precisa fazer nada. Foi só assinar e pronto, ficaram livres para celebrar a si mesmos como defensores do meio-ambiente. Ao contrário do que acontece com os Estados Unidos, não existe conta a pagar para a maioria.
A conta pendurada no lombo dos americanos pode ser calculada de diferentes maneiras. Um estudo encomendado pela Câmara Americana de Comércio calculou que 1,1 milhão postos de trabalho seriam perdidos devido ao “desinvestimento” em determinados setores da economia, de forma a diminuir emissões de gás carbono em até 28% até 2025.
Rand Paul, o senador republicano com ideais libertários, fez uma estimativa mais catastrófica: o mercado americano perderia seis milhões de empregos.
Como isso não vai mais acontecer, as diferentes hipóteses não serão testadas na prática. A conta de luz dos americanos também não vai subir de 13% a 20% – a estimativa é da Heritage Foundation.
Os estudos com prognósticos ruins sobre as consequências para a economia americana do Acordo de Paris foram feitos por poucas instituições conservadoras.
Parte destas ficou em silêncio ou foi cooptada pela nova religião do aquecimento global. Rebatizada de mudança climática para parecer mais inclusiva, ela cria uma falsa solução para um problema gravíssimo: a destruição acelerada de vastos e insubstituíveis espaços ambientais.
SALTO TECNOLÓGICO
A história geológica do planeta Terra é feita de destruição e renascimento em escala cósmica. Mas nunca, de forma tão ampla e generalizada como agora, pela simples existência dos mais inquietos, perturbadores, encrenqueiros, destruidores e formidavelmente criativos filhos desse planeta, nós.
Caçar, plantar, cozinhar, aquecer, resfriar, comer, beber, iluminar, procriar, tomar banho, triturar alimentos, lavar roupa e tirar pó através de máquinas, tudo desequilibra o estado natural das coisas. Quando há 7,5 bilhões de seres fazendo isso, o desequilíbrio atinge níveis catastróficos.
Só existem duas saídas: diminuir drasticamente a quantidade de humanos ou dar um salto tecnológico que produza energia limpa e outras soluções que dispensem o extermínio em massa.
Enfraquecer a economia americana não incentiva o avanço evolutivo que pode nos salvar: de que outro lugar do mundo saíram as fenomenais mudanças tecnológicas atualmente em curso?
De onde virão os substitutos protéicos melhores do que picanha com gordura? O transporte pós-motor de combustão? Os recursos digitais que mudarão o trabalho e a organização da economia – o capitalismo sob novas roupagens?
Ou, na falência de tudo isso, os voos espaciais ou a inteligência artificial que perpetuarão uma espécie que não aceita os imperativos e as limitações da natureza?
POLUIÇÃO TERMINAL
Ao contrário de outras grandes economias, como China, Alemanha, França ou Índia, os Estados Unidos têm grandes recursos energéticos naturais. E, por isso, uma enorme vantagem competitiva.
A melhor maneira de buscar as alternativas tecnológicas para a salvação da natureza é que estes países colocados em situação de desvantagem, e todos os outros que assim o queiram, procurem as fontes energéticas alternativas para mantê-los vivos e ativos.
Todos os grandes, com a China à frente, já estão fazendo isso. A China tem adicionalmente um problema de poluição ambiental quase terminal. Matar os próprios cidadãos não faz parte da política desse gigante comandado por líderes racionais que são mestres do pensamento estratégico.
É uma questão de sobrevivência para estes países que produzam energia por outros modos.
Bravo, continuem assim. Quanto mais competirem com as empresas americanas que também fazem isso, melhor. É uma das mais positivas competições do mundo.
Trump foi eleito prometendo aumentar empregos nos Estados Unidos, sair do Acordo de Paris e cair fora de um Fundo Verde que custaria dezenas de bilhões de dólares para os americanos. Está cumprindo a promessa. Explicou bem quais as razões econômicas pelas quais está renegando um acordo que não foi aprovado pelos representantes eleitos do povo americano.
Ao perseguir o auto-interesse, pode estar abrindo uma alternativa melhor para todos. Quem discordar, pode e deve começar a contribuir com uma parte significativa de seus rendimentos para as inúmeras organizações de combate ao aquecimento global.
Fazer manifestações de protesto não é a mesma coisa que pagar por suas convicções.