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Teste de Trump: o poder da força e a sabedoria para usá-la

A primeira parte é difícil, a segunda é mais complicada ainda. Por isso, ataque contra base síria abre enorme leque de possibilidades, inclusive positivas

Por Vilma Gryzinski 7 abr 2017, 07h44

Um Tomahawk assusta muita gente; 59 Tomahawks assustam muito mais. E como tem gente assustada nesse momento no Oriente Médio e adjacências – da mesma forma que muitos estão felizes, especialmente os iranianos que são contra o regime dos aiatolás.

Voltaremos adiante às muitas complicações do ataque americano à distância contra a base aérea de Homs, em retaliação ao regime de Bashar Assad por usar gás venenoso contra civis.

Só para dar uma ideia do poder dos Tomahawks, um tipo de míssil guiado por radar que voa baixinho e causa um estrago danado. Quando ele foi usado numa situação real de guerra pela primeira vez, em 1991, durante o governo de George Bush pai, a Marinha americana disparou ao todo 288 mísseis de longo alcance desse tipo.

Donald Trump usou um quinto desse poder espantoso – 59 mísseis disparados de dois navios da Marinha – de uma vez só, contra um único alvo. Há muitos tipos de Tomahawk, o nome da machadinha de guerra de índios americanos. Em média, cada um leva 500 quilos de explosivos e 166 bombas menores adicionais.

Não sobrou muito da base síria para contar a história. Mas os desdobramentos do ataque são de enorme alcance, para o bem ou para o mal.

Começando com a hipótese negativa. Irã e Hezbollah, os dois sustentáculos do regime de Assad, são profissionais da retaliação, especialmente com táticas terroristas. A vida de cidadãos americanos no exterior não ficou mais fácil.

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FOGUETES METAFÓRICOS

O Irã também pode mandar os xiitas do Hezbollah ou os sunitas do Hamas, ambos movidos pelo nacionalismo ultra-islamizado,  atacar Israel, provocando  um inevitável contra-ataque . Assim,  todos os regimes sunitas que estão soltado foguetes metafóricos com os bem reais Tomahawks na cabeça de Assad – e no turbante dos aiatolás -, seriam obrigados recuar de um futuro acordo de paz com Israel.

Pois este seria o resultado mais positivo, e imensamente difícil, da saraivada de Tomahawks. Um acordo em que Trump tenha se comprometido a conter o Irã, o país mais temido pelos vizinhos sunitas, e, lá mais adiante, os árabes concordem com um acordo de paz que atenda em boa medida à justa reivindicação de um Estado palestinos, contra garantias inquebrantáveis a Israel.

Existe ainda, obviamente, o fator russo. O ataque à base síria, desfechado uma hora depois do jantar de Trump com o presidente chinês Xin Jinping e respectivas esposas em Mar-a-Lago, foi denunciado pela Rússia como violação do direito internacional.

Provavelmente, é verdade, embora também possa ser invocada a clásula de proteção in extremis a civis inocentes. É difícil imaginar civis mais inocentes do que o casal de pequenos gêmeos cujos corpinhos foram levados pelo pai em prantos depois do ataque com gás sarin em Idlib.

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CARÃO DE OBAMA

Aliás, de onde saiu o gás sarin, uma vez que a Síria , sob garantia da Rússia, havia se comprometido a entregar todos os seus estoques de armas químicas? Foi naquela vez em que o então presidente Barack Obama pulou para trás  da “linha vermelha” riscada por ele mesmo, significando que um ataque com gás venenoso implicaria em retaliação militar americana.

O acordo de desistência de armas químicas parecia até um preço bastante razoável para o carão que Obama passou. Até que não.

As complicações e a diversidade de elementos alienígenas envolvidos na guerra na Síria também, evidentemente, continuam as mesmas. O ataque com gás dos assadistas foi contra uma área dominada por militantes fundamentalistas. Aliás, basta vez os heróicos socorristas e médicos que assistiam as vítimas: absolutamente todos usam barba, sinal de filiação político-religiosa.

Trump também aumentou a participação de forcas especiais americanas no cerco aos fundamentalistas de outra tribo, os do Estado Islâmico. A situação na Síria e no Iraque e tão complicada que os Estados Unidos, desde o governo Obama, simultaneamente são aliados objetivos dos xiitas do Iraque e do Irã na guerra ao Estado Islâmico e adversários deles na oposição ao regime de Assad.

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A vida nunca é simples para o líder da maior potência mundial. Pelo menos, vai haver uma pausa nas tolices ditas e escritas por aqueles que, movidos pelo ódio infantil a Trump, inventaram que a China vai ocupar o lugar dos Estados Unidos como líder global.

A visita de Xin Jinping aos Estados Unidos aumentou o nível desse tipo de bobagem. Quantos Tomahawks tem a China, poderia perguntar uma mente mais curiosa.

Os Estados Unidos têm 3 500 (ao preço de 2,6 bilhões de dólares). E uma frota global para transportá-los. Usar a força com sabedoria é um dos maiores testes de liderança que pode existir. Imaginem se o mais impensável dos presidentes americanos conseguisse fazer isso?

A outra possibilidade é conhecida: tudo que pode dar errado no Oriente Médio, dá errado. Especialmente quando parece que pode dar certo.

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