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Teria tanto sacrifício dos ucranianos sido em vão e Putin cantará vitória?

Trump passa por cima do país invadido e também dos aliados europeus, abrindo a possibilidade de que a lei do mais forte é que conta

Por Vilma Gryzinski 13 fev 2025, 08h34

Donald Trump e Vladimir Putin vão se encontrar, reconciliados, na Arábia Saudita e Volodymyr Zelensky vai amargar um acordo em que será selada a perda dos territórios tomados pelos russos. Esse é um resumo realista da situação formatada pelas negociações de paz anunciadas ontem. Mesmo antes que começassem, as concessões à Rússia de Putin ficaram claras.

O quadro final dependerá muito das garantias que serão dadas à Ucrânia, em troca da paz imposta de fora para dentro, mas os contornos são irretorquíveis. O anúncio das negociações foi precedido pelas declarações do secretário da Defesa, Pete Hegseth, em que enumerou: a Ucrânia não vai entrar para a Otan, o que elimina a mais confiável garantia de que sua segurança futura seria bancada pelos Estados Unidos, e nem pensar num retorno às fronteiras anteriores à ocupação da Crimeia.

“Os ucranianos têm toda a razão em se sentir frustrados pelas concessões públicas a Moscou antes mesmo do início das conversações”, resumiu no Telegraph o comentarista Joe Barnes. “Trump deixou muito pouco para a imaginação”.

A Otan “usou e jogou fora” a Ucrânia, tripudiou a linda e ferina porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zakharova. “Até recentemente, a retórica deles era ‘derrotar a Rússia no campo de batalha’, infligir uma derrota estratégica aos russos. Eles também promoviam regularmente a ideia de que a economia russa estava caindo aos pedaços”, exultou.

Depois de oferecer tanto a Putin, Trump precisa mostrar que é bom mesmo na arte de negociar. Ele quer resultados rápidos e anunciou que as discussões começam já amanhã, em Munique, onde a cúpula da Otan está reunida.

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GUERRA INJUSTA

Em todas as suas declarações contra a guerra – e quem pode ser a favor? -, Trump ignora o fato de que um país mais forte invadiu outro mais fraco para ocupar a parte que queria de seu território. Talvez tivesse tomado a Ucrânia inteira se não fosse a resistência heroica de todos. Só isso já mostra que os sacrifícios dos ucranianos não foram em vão.

Embora o preço tenha sido enorme. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia tratam como sigilosas as informações sobre baixas, mas sites especializados que acompanham os obituários individuais, citados pelo New York Times, calculam os mortos ucranianos entre 62 mil e 100 mil. As baixas fatais russas estão na casa dos 150 mil. Em dezembro, Zelensky falou na perda de 43 mil homens, mais 370 mil feridos.

No início da invasão, soldados russos praticaram múltiplas atrocidades contra a população civil, inclusive estupros. Note-se que depois disso não houve mais denúncias – provavelmente um sinal de que Putin controlou as barbaridades contra civis ao ver que nada provocava reação de repúdio mais visceral do que isso.

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Elevado de pária a parceiro, estará ele agora comemorando?

Um fim injusto para uma guerra injusta é a triste lição que, no momento, podemos tirar.

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